sábado, novembro 19, 2005



Que delicia de cachorro mal humorado.



Eu vivo a busca de algo. É uma busca solitária, que acaba me afastando dos
amigos e dos amores. O que será não sei. Talvez eu nunca saiba, talvez não
haja o que ser buscado apenas viver em estado de não pertencer a lugar nenhum -
como quando a gente acredita não em um mas em todos os deuses. Talvez
eu me torne uma viajante de terras cada vez mais longínquas, alguém sem laços
uma turista acidental, confirmando a sensação de, apesar da minha imensa
gratidão por ser humana, ter nascido estrangeira para a humanidade. Uma
Englishman in New York.

sexta-feira, novembro 11, 2005



A trilha sonora da nova novela da Globo, Belissima é ...belissima. Ai. Mas é.
É finíssima. Tem Elis. Tem Chico. Chama a atenção. Queria saber quem é o
responsável. Tem até Damien Rice, The Blower's Daugther, trilha de Closer,
e olha nesse clipe lindo, uma coisa.



update: pra quem chega aqui procurando pela trilha de Belissima
tem um link ótimo com todas as músicas, mas o blog não tem
permalink, então tem que entrar e descer até o dia 13 de novembro.
Aqui. divirtam-se :))



Not off topic. Ouvindo a deliciosa Alberta Hunter : )

Aqui cantando "Some of These Days", que eu ouvia a exaustão mas
na triha de "All that Jazz". Era o começo dos anos 80. Eu ainda fazia
balé, e adorava musicais. Mas isso é outra história. Outra hora.







Off topic. Já tem um tempo eu não prestava atenção a tv, telejornais essas coisas.
Hoje eu vi a Rosinha na tv, falando sobre uma votação algo assim, que ela ganhou
algo assim, não importa. mas fiquei realmente impressionada com a forma como ela
se expressou. A falta de compostura, o desdém e o cinismo dela são de tirar o chapéu.
Só me resta aceitar, não deve se esperar muita coisa de uma pessoa como ela e afinal,
quem se importa? E é legal de ver assim, ao vivo, na prática, as questóes de caráter; ter
como exemplo para mostrar aos filhos em idade escolar a diferença entre quem tem poder
e quem tem autoridade. Pensa bem, melhor que teatro: olha filhinho, tá vendo essa mulher
falando com essa voz? O nome disso é arrogância. Então, era uma vez uma coisa chamada AI-5,
e o esvaziamento das universidades e a dona censura e a lei de Gerson e a igreja
retrógrada e os evangélicos e o PT e aí...

terça-feira, novembro 01, 2005





Chung



Perdi o sono. Tou vendo Bye Bye Brasil. Descobri que não tem agua na cisterna.
Aproveitei pra ligar a bomba e encher a caixa d'agua, coisas de quem mora em casa.
Precisa existir beleza e poesia em descer pro jardim na chuva de madrugada pra
ligar a caixa d'agua; se não pensar assim voce tem um troço com quem tinha que ligar
a bomba e-não-li-gou. Sinto saudades de apartamento nessas horas. Mas
tudo bem. De madrugada é muito bom responder emails. Mandei uma musica
pra um amigo, outra pra uma amiga, uma foto pra um fotógrafo, foward de um
filme engraçado, uma resposta que é continuação de uma conversa, já são
55 respostas pra lá e pra cá, isso é um lance que eu adoro no Gmail, esses
mails continuos e numerados. já e quase um livro, seria se fosse publicável, não é,
nada de condenável, mas entre lembranças, divagações e alguns absurdos tem muito da
vida de quem não quer ser notado, talvez um trecho um dia, esse que agora digo,
sobre saber que as coisas todas sempre vão ter final um dia mas ainda assim viver
todas elas, intensamente. O fim é da vida. Se existe verdade absoluta essa é a
mudança. Notei que emails escritos assim, no silencio ficam mais longos, enormes
parágrafos calmos de respostas bem certas. Deve ser a alma da gente que de
madrugada desperta. Se bem que silêncio só aqui mesmo. tou olhando aqui agora
e o msn tá uma festa, viu? Tem gente no mundo que não dorme de verdade.
Vou lá falar com eles. Bye Bye esta terminando, Frank Sinatra canta Brasil
abre a cortina do passado, tira a mãe preta do cerrado e Betti Faria usa luzes
coloridas nos cabelos. Elas piscam. Acho que isso resume tudo.



One little Take Six. Adoro.



Tá meio atrasado mas, dia desses, semana passada, foi dia do aviador.
Meu pai era aviador. Era da Panair do Brasil. Comandante Scott.
Depois foi pra Varig e se aposentou por lá. Achava inacreditável e fenomenal
ter alguém tão perto de mim, de parentesco, que pilotava um DC-10. Aquele
bichão enorme que eu pensava ser maior que o maior dos navios do
mundo. Então gosto de coisas que têm avião no meio. Asas. Asas de Saint Exupéry,
apesar do Pequeno Principe, as asas que definiriam o destino do paciente
inglês, desse tipo de asas ou metáforas de asas. Também gosto de anjos.
Dos anjos inventados como os da Biblia Sagrada, aqueles de enormes asas
brancas de penas humanas e dos anjos de verdade como os de Win Wenders.
que olham pra mim do alto de edificios. Poderia falar horas sobre anjos e
aviões, mas acabaria tentando juntar um ao outro, anjos de metal, aviões de
asas brancas, deixando rastros brilhantes, teria que inventar estórias e no
momento só vivo de verdades. Digo, contas a pagar, metas a cumprir, espaços
a conquistar, políticas a debater, coisas que deveriam ser legais mas que atravacam
alguém como eu, que só se sente á vontade perto de pessoas que vêem cachorros
saindo de nuvens. Melhor voltar. Mas o poema aí embaixo, ouvi num filme, o que
ele descreve, já senti essa alegria. Era só isso. Salve o dia do aviador e o nome do
filme era O Homem sem Face.