quinta-feira, setembro 22, 2005



Tou trabalhando, não uso mais o word, me acostumei com o bloco de
notas, depois eu passo. Acontece comigo quando o trabalho é chato que
é deixar uma porção de mim delirando, solta no universo enquanto a outra
fica. Acontece de um tudo, de vez em quando me pego rindo sozinha, falando
coisas que depois nem me lembro, mas quando volto, o trabaho já está quase
pronto e quase sem dor. Enquanto digito muito a contragosto, essa matéria
que nada tem a ver com a primavera, essa parte de mim está correndo pela
areia de Itacoatiara atrás de um gorro de neném que o vento leva rápido. O
meu bebê ri estendendo os braços pra mim, mas lanço o gorro de propósito
pra que ele voe pro mar. A agua é gelada, as ondas são grandes mas não
sinto medo, eu pertenço a esse mar e ele me pertence. Anos antes corria atrás
de mim esse cara, ele está quase me alcançando pra me jogar na areia, como
acontece nos filmes, mas eu só ouço as gargalhadas porque com o vento o cabelo
cobre meus olhos. E o sol, e o vento, as nuvens indo. Todo mundo, toda a humanidade
deveria, pelo menos um dia, amar e ser feliz. Ninguem roubaria, ninguém mataria,
nenhuma violência; na dor, haveria silêncio e lágrimas, mas logo com o
coração limpo, estariamos todos na estrada ouvindo Manuel, o audaz a caminho
de Búzios e o zig zag do vento nas mãos. Acho que devo voltar ao trabalho mas...
Mas se voce olhar pro céu, a mesma lua ou sol que eu estou vendo aqui, ilumina
você agora. Seria capaz de procurar um poema que falasse de estrelas. Mas alguém
no planeta há de estar recitando o mais belo exatamente nesse momento. Somos todos um : )

Ouvindo Honestly que peguei de Guilherme.

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