domingo, julho 18, 2004
"O romancista e ensaísta francês Pascal Bruckner publicou 15 livros, ganhou dois
importantes prêmios literários europeus, teve uma obra, Lua de Fel, adaptada
para o cinema por Roman Polanski e, doutor em letras, deu aulas em Nova York
e em San Diego, na Califórnia. Aos 53 anos, mora em Paris com a segunda mulher
e a filha, de 7 anos. Bruckner poderia considerar-se um homem feliz, mas isso
não combina com seu livro mais recente. A Euforia Perpétua (Ed. Bertrand Brasil)
denuncia a fragilidade e a crueldade de uma sociedade que transformou a felicidade
em ideal coletivo e obrigatório. 'No mundo ocidental, quem não é feliz se sente
excluído e fracassado', afirma o escritor. 'A felicidade é extremamente individual
e efêmera por definição. Por isso, as pessoas obcecadas em conquistá-la, como a
uma propriedade, sofrem em dobro e se distanciam das pequenas alegrias da vida.'
Bruckner concedeu a Paula Mageste/ÉPOCA a seguinte entrevista:
ÉPOCA Como a felicidade se tornou uma tirania?
Pascal Bruckner No século XVIII, felicidade já deixara de ser um direito
para se tornar um dever. Mas essa inversão de valores só se consolidou
no século XX, depois de 1968, quando se fez uma revolução em nome do
prazer, da alegria, da voluptuosidade. A partir do momento em que o
prazer se torna o principal valor de uma sociedade, quem não o atinge
vira um indivíduo fora-da-lei.
Continua no Textos Enooooomes
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