domingo, abril 26, 2020

D'Angelo's Earth, Wind and Fire cover, Can't Hide Love (Live)

domingo. ontem fiquei sem sono, não foi exatamente insônia, foi um dia que precisava ser diluído. duas e tal brincava fazendo fotinhas no instagram. ficar ouvindo earth, wind and fire também não ajudou muito. não dá pra ficar parada. dei boas risadas dançando sozinha no quarto com uma música que não escutava há muito tempo e que dancei em todas as festinhas, bailinhos e discotecas nos anos setenta e que trouxe lembranças em cascata. fiquei viajando nelas, anotei algumas pra não esquecer novamente, não lembrava desse cara, como a gente faz caras e bocas quando é adolescente, não lembrava desse lugar em cabo frio, e mais umas já adulta, fazer post depois, quando vi já estava claro lá fora, nem vi a hora, como naquele dia em que a gente foi para a areia ver o sol nascer depois da papagaio's, também não lembrava, foi bom dançar e rir e lembrar, relaxou mas não ajudou a dormir coisa que pretendo fazer em breve. por fim na falta do que fazer, umas duas da manhã, eu resolvi eu mesma cortar o meu próprio cabelo. não foi uma boa ideia como demonstrado na foto abaixo. bom dia pra você.




sábado. acordei tarde, fui seguindo o fluxo da vida, a gente vai indo assim numa dor e vivendo. é uma dinâmica ciclotímica, numa hora a gente cai na risada com o meme do ministro da saúde e na outra chora com a notícia do amigo que estava bem ontem e morreu hoje de manhã. Uns dias são melhores que outros, entretanto ambos pedem o tempo todo, demandam, que eu lembre de tudo que já passei na vida, para dimensionar a dor de agora, dar perspectiva a ela, aceitá-la e seguir. a internet tem ajudado a passar os dias, se é quarentena pelo menos não é isolamento, hoje também foi divertido. estou subindo o filme do grupo, um doc. sobre o cinema novo que na verdade é um belíssimo filme com trechos de todos os filmes, pra mais tarde, fui passear em Cuba, agora estou assistindo a live do João Bosco, troquei receitas de pães e bolos de liquidificador, saí pra dar uma caminhada, aproveitei e comprei frutas e lindos tomates, ando colecionando parafusos gigantes que os caras que fazem a manutenção das redes de luz, deixam pelo caminho, não sei exatamente que utilidade dar a eles mas são tão bonitos. Estou apaixonada pela delicadeza da primeira drag queen que aparece num video onde elas dublam uma música da Vera Lynn, We'll meet again, vi no instagram do Jôka, dá vontade de abraçar, bom eu ando com vontade de abraçar todo mundo, então meio que não conta mas acho que daríamos boas risadas juntas e provavelmente em algum momento ela me chamaria de mãe. É um dado de realidade, assim, um olha essa é que é a real, a vida é isso, no meio dessa devastação toda, um encontro gentil, pessoas tomando chá, ou vodka, em torno de um amor puro. vou voltar pro show do joão bosco no youtube, que ainda está rolando. dei uma lida aqui antes de publicar e acho que meu texto está parecendo o discurso do bolornaro de ontem. *suspiro*. fiquem em casa.

terça-feira, abril 21, 2020


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. «So here we are And I can vaguely and strangely trace your outline I can remember what it felt like to hold you I can remember what it was like to stare blindly Into your eyes for what felt like an eternity How could I forget that? I could never forget that I could never forget you . As it stands I've found myself in that doorway again With both feet in and your heart on my sleeve But I can't bring myself to walk through this time Not yet at least Not until I take one last look and see that it was you That it was always you . I will find you again I will find you again» . . La pareja de patinadores artísticos franceses Gabriella Papadakis y Guillaume Cizeron, interpretando "Find Me" Free Dance, dirigido por Jordan Cowan . Canción: Find me, por Forest Blakk . @gabriellapapadakis @guillaume_cizeron @jordanicecam #culturainquieta
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Café. Estava aqui naquele modo várias janelas abertas na cabeça ao mesmo tempo e entre elas ouvindo Sidarta e Bruno numa conversa no youtube, atenção seletiva e tal e daí, uma fala deles me puxou: parará parará... "o dilema entre subjugar e amar". parei tudo e coloquei a atenção só neles. Eles estavam falando a respeito do que vem por aí em termos de civilização. Que a pandemia trouxe esse dilema, que a nossa sociedade caminhou para o modelo de subjugar o outro, desde o núcleo, as famílias, até  os grandes aglomerados humanos, as sociedades,e suas grandes corporações, economias, culturas e que agora se a nossa espécie quer sobreviver, vai precisar girar essa chave de subjugar para amar. Amar no sentido de criar uma sociedade mais igualitária, solidária, voltada para o bem estar coletivo, coletivo global, não vai dar pra debelar a pandemia pensando só pontualmente, a gente vai precisar agir pontualmente mas com a intenção de atuar globalmente, precisamos ter estabelecida a consciência de que somos uma coisa só como espécie e todos estamos interligados, no mesmo berço, a Terra. Esse papo que parece da galera do ajudar o povo de humanas a fazer miçanga, mas que na verdade é o modelo de consciência e dinâmica que a médio prazo tem a ver com a evolução ou extinção, em grande massa, da nossa espécie. E o virus está aí para demonstrar. O virus não ficou restrito a uma camada social preponderante ou país ou cultura, ele pegou todo mundo. O planeta. Sidarta é um otimista, e acho que posso dizer que eu também, sempre acreditei que a gente não ia evoluir tanto para chegar agora e destruir tudo. Pra mim o que vai ser destruído, o que está sendo destruído, é o modo destrutivo  e nesse sentido pra mim, de novo, o bolsonarismo ensina muito, porque ele agrega todas as camadas de subjugação as quais Sidarta se refere, a pulsão de morte, o ódio, a motivação perversa, ele condensa em seu movimento tudo que a gente deve deixar para trás ou melhor, tudo que existe em nós,  que nos impede de evoluir para um novo patamar humano. .Como o Sidarta diz, nossos antepassados criaram tanta beleza nesse caminho da nossa existência no planeta, existe tanta beleza no mundo, a gente é capaz de tanta beleza, quando a gente se percebe consentânea com as leis da vida, quando a gente sente que tocou o coração de um outro e o nosso se abre, e a arte, todas as artes, todas as representações da emoção humana que nos leva a reconhecer a nossa humanidade também no outro. Tudo que nos eleva e transcende nos leva adiante. No fim é isso que sempre prevalece ao longo das eras: por baixo das narrativas oficiais da História, por baixo dos grandes piratas da humanidade, sempre vai existir o nós. Somos nós, que estamos aqui embaixo, que damos significado a existir, que fazemos uma rede de proteção para a humanidade. A pandemia está fazendo a gente viver o presente, o passado ja não existe mesmo, seremos outros depois de tudo isso, o futuro mais do que nunca a gente não sabe, então sejamos serenos diante da incerteza, é através dela que a gente vai criar o futuro. Dela e do sonhar. O sonhar è que vai dar a direção. Dou muita força pra vocês entrarem na vibe do Sidarta 

sábado, abril 11, 2020

ANTIDOTES TO FEAR OF DEATH
by Rebecca Elson
Sometimes as an antidote
To fear of death,
I eat the stars.
Those nights, lying on my back,
I suck them from the quenching dark
Til they are all, all inside me,
Pepper hot and sharp.
Sometimes, instead, I stir myself
Into a universe still young,
Still warm as blood:
No outer space, just space,
The light of all the not yet stars
Drifting like a bright mist,
And all of us, and everything
Already there
But unconstrained by form.
And sometime it’s enough
To lie down here on earth
Beside our long ancestral bones:
To walk across the cobble fields
Of our discarded skulls,
Each like a treasure, like a chrysalis,
Thinking: whatever left these husks
Flew off on bright wings.