sexta-feira, junho 29, 2007



Even with all the fame
With all the Brahma
With all the bed
With all the mud
We keep on going
We keep on going

segunda-feira, junho 18, 2007



Essa é minha vida. Me dá sua mão. Vamos para o mundo onde andamos por
cima da água, os elefantes nadam com as baleias, podemos entrar nos tornados
e subir com eles até aos céus e ver o que tem ali. Depois de tudo visto - a eternidade,
vamos ao que resta, rumo ao infinito, acima e avante, onde os anjos de Win
Wenders são felizes e toda a arte está além da humanidade. Eu odeio poesia.
Eu odeio tudo que não sobe direto ao céu, coisas envoltas em rolos de palavras.
Para nada. No meu mundo os avestruzes e pavões perseguem componentes de
escola de samba e dançarinas do Folies Bergere evoluem em torno de camas
de hospital. Os postes da cidade, são habitação de humanos, espalhados por
esquinas, onde todos sabem o endereço de um Cobrador. Onde, o primeiro
plano será sempre a floresta intocável, a mata atlântica, a Copacabana
tropical, o verde-dourado das virtudes e a fulgurante cor do morro do Turano
e mais além, a do Complexo do Alemão.

***
Na minha janela só vespas, abelhas, esse gavião que entra, sem nenhuma
cerimônia, atrás de comida fácil. Não vim aqui para ter uma vida perfeita.
Vim para visitar amigos em hospícios, ir a enterros, morrer de bala perdida,
ter a cabeça jogada contra as grades de uma prisão, ser arrastada pela barbárie,
presa a um cinto de segurança. Vim para me perder de mim mesma, correr
pela rua fugindo de crianças, em ausências, sem identidade, interpretando
mal a Era de Aquário, procurando igrejas, gurus que materializam relógios Rolex
do outro lado do mundo e depois, no último minuto, entender a essência de
tudo mas, que pena, morrer.

***
Da minha janela vejo os traços das balas que o traficantes gastam. É munição
vencida. Essa é toda a verdade. A vida aqui se resume ao trajeto da munição
vencida. De um lado a sétima maravilha e do outro, pessoas encontradas mortas
em latas de lixo. Nossos amigos morrem mas, continuamos. Avistamos os
aviões prateados, lindos, a mágica acontece, estendemos a mão e então,
o céu é tão azul.

***
Na praça, á noite, todos eles percebem, assim, quando deixo ao alcance
da vista, meus olhos, que apesar da aparência, não vim ao mundo a passeio.
Isso me dá salvo-conduto.

***
A viagem acabou mas continue daqui, ele me disse. "A vida, em sua estranha
generosidade, nos permite morrer várias vezes e ainda continuarmos vivos para
criarmos coisas brilhantes e nos sentirmos uma fraude a maior parte do tempo."

***
Ele me disse, solta a minha mão, a visita acabou mas permaneça tranquila, a vida
é um sonho realizado, (com todas as linguas mortas e as palavras que não
sobem aos céus e os insucessos profissionais e as dietas e os vestidos que
não cabem e as ilusões de Maya), pois mesmo com tudo que não se entenda da
causa de viver ou por tudo que a vida tem de sentido, a revanche é que a existência, em
seus enganos, nos transforma em deuses e deusas: na nossa impotência
delirante diante da cidade sitiada, desses mapas impossíveis, não existe
atributo mais desejado do que o que temos: o de abençoarmos nossos filhos.

**
A vida só existe se abençoarmos nossos filhos. Abençoe seus filhos.
Abençoe seu filho. Abençoe sua filha. Abençoe sua irmã. Abençoe seu pai.
Abençoe seu gato. Abençoe seu passarinho. Abençoe seu iguana. Abençoe
sua calopsita. Viva a sua vida como se fosse ouro. A vida é ouro. A vida é
diamante. Abençoe seus amigos. No mais, solte minha mão, "volte para sua
vida, o dia está só começando e essa é minha cidade e não sua biografia".

terça-feira, junho 12, 2007



Brasil. O luxo da minha vida agora é iogurte de graviola
ou de caju, que encontrei no mercado. Uma coisa. Quer
outro? Aprendi a fazer um bolo de fubá e laranja que a
gente acompanha com banana em calda, que é pra acabar de morrer.

segunda-feira, junho 11, 2007



Cai numa página de numerologia. O homem dizia, coloca o número da sua
casa aqui faz favor e eu vou dizer a vibração da sua casa. Deu 9. Então
ele disse, puxa nove não é um bom número para casas pq está sempre
provocando recomeços.

Putz, perfeito.

segunda-feira, maio 28, 2007




Poder dormir
Poder morar
Poder sair
Poder chegar
Poder viver
Bem devagar
E depois de partir
poder voltar
E dizer: este aqui é o meu lugar
E poder
assistir ao entardecer
E saber que vai ver o sol raiar
E ter amor e dar amor
E receber amor até não poder mais
E sem querer nenhum poder
Poder viver feliz pra
se morrer em paz

Vinicius.

Então :)

domingo, fevereiro 11, 2007



E foi : )

Falando em Bulinha, De Ovos e Juras no Embornal.



Felipe no Rio

Ele - 'Tá calor aí?
Eu - Aqui, está um frio de saudade aqui, meu filho.

Um dos privilégios de ser mãe é poder ser uma chantagista emocional
completa e legitimada pela sociedade. Porém, maior delícia é ouvir a risada
do outro lado.

quinta-feira, janeiro 18, 2007



"O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada. O tempo apenas tira
o incurável do centro das atenções."

Coisas de Bulinha que aliás estréia hoje na Paradoxo :)

sábado, janeiro 06, 2007



Ás vezes eu tento alguma substância mas é tanta bobagem que
até desanima, sabe? Sentir sem conseguir entender, via de regra dói mais
do que tudo, mas tem coisa que, se você consegue explicar, ela deixa de
existir. Qual a graça?

Vou te falar, eu precisava falar alguma coisa, mas estou insuportável hoje.

Vou desligar viu?

sexta-feira, janeiro 05, 2007

sexta-feira, dezembro 29, 2006



Esse livro,

http://astrowhatsup.com/download-the-book/

é um presente. È meu céu e meu paraíso :)

quarta-feira, dezembro 27, 2006



Esse ano não mandei nem cartão de Natal nem nada, né?
Mas olha que bacana esse papai Noelzão que fizeram na praia.
Sanda Claus, hohoho :) Via Jay-Walk.
E olha que hilário esse Christmas Disaster Generator.

E olha o Santa's Ooops!

Feliz Natal atrasado :)

segunda-feira, novembro 27, 2006



E por falar em Cirque du Soleil, acabei de ver o primeiro episódio da
sétima temporada de CSI Vegas. È com o Cirque. Tão bacana, até
tem um take em que aparece um ingresso do Love. Prova de crime. Uau.
Mais não conto, né? Lembrei de um lance divertido do Youtube por
causa: a série Who are you, who who, who who :) E já que eu
adoro um link, aqui a trilha.

Está tudo bem aí? Contaê. Aqui está tudo bem também.

Beijoss.

domingo, novembro 05, 2006






Bom domingo.


Os elefantes. Os elefantes são as baleias da Terra. Quando eu sonho,
os elefantes estão no mar. Eles me levam para encontrar as baleias.
Nós brincamos muito, eu, baleias, elefantes. Eles cantam uma música
pra mim. A música faz o céu rodar bem devagarinho e as ondas ficarem
muito altas mas elas não me machucam. Tudo é morninho. O céu é que
faz o mundo e o Jesus, está sempre dentro dos elefantes e das baleias. Gabriel, 4 anos.

Acho que conheci um pequeno buda ou então rola um excesso de Discovery Chanel :)

domingo, outubro 15, 2006



Razões para ser feliz.

Estava ouvindo Toninho Horta agora e tentando editar umas fotografias
então, um vento veio e me levou. Vivo lembrando de tempos que esse
vento daqui me traz. É só naquele minuto, se contar, não dá nem trinta
segundos, só que é uma vida ali. È bom. É lembrar de quem não está
mais. Muitos risos e brincadeiras e os cachorros pulavam em cima da
gente e eu dava um impulso e voava sobre o precipício e voava até
a outra margem, um vôo longo e vagaroso - não sei a causa de sempre
ouvir Moonlight Serenade enquanto voava, era sempre - e me soltava com
toda força e coragem esperando a água que explodia gelada no
meu corpo inteiro. Água ligeira e céu azul voltando á tona que quase
dava pra tocar. E depois o cheiro forte de cipreste e depois voltávamos pra casa
não pela trilha mas pelo mato, com tantas amoras nas mãos. Me lembro de
Paulinho dizendo que pra ser feliz não precisa razão.
Putz, esse lugar está me deixando mais dãaan do que o normal.


Música do dia pra depois do almoço :)

quinta-feira, setembro 21, 2006



Astrólogo. Meu Vênus está em Aquário, o que me faz rejeitar gente
grudenta, gente pela metade, essa coisa alma-gêmea..."If you love
someone, set them free". Amor só o companheiro e ciúme é um sentimento
que me deixa entre surpresa e consternada.

Cabelereiro. Aprendendo que existe alguma desvantagem em ser completamente
heterosexual na contemporaneidade. Que lindo subtítulo para uma dissertação.

Amiga. Homem que trai, pelamordedeus, que coisa mais demodê, antiga, cafona,
fora de moda, sem noção. Só não é mais patético do que se importar com a orientação
sexual de uma pessoa.

Ônibus. Enquanto eu descia, o senhor estendeu a mão para me apoiar
Que beleza. Tão elegante. Saí cantando, ..."Wonderful, marvelous
...it's paradise".

Escada rolante. I-gual-zi-nho como nos filmes. Ele pensou a mesma coisa.
Quando a gente se cruzou, ele disse: Closer ? Eu disse: Não, parecido, e
caímos na risada. Acho divertidíssimo quando um homem é cúmplice. Igual a
comercial de Credicard: não tem preço.

Vi tantos presentes. Qualquer coisa eletrônica me agrada e também as jóias de
vanguarda mas meu perfume mesmo, não existe mais aqui, agora só em Paris.

Quinta-feira. Da série, Cabeça Vazia é Oficina do Demônio.





Alessandra Ferri

sábado, setembro 16, 2006



Na maior parte do tempo o frio aqui é polar mas hoje, a noite está verão-no-Rio,
com direito a brisa morna e tudo. Melhor. Combina com meu vestido. Já estava
me preparando pra descer quando uma local entra e diz: -"Guarda, signora",
vai cair uma chuva do caramba daqui a pouco! Leve a sombrinha(!), olha lá o
horizonte! Olha o vento! Tudo bem, não vou ficar aqui tempo suficiente para
entender esse tempo e tantas exclamações, então é tudo delicioso. Olha esse
vento! Esse vento é quase um livro. Existe um espirito de liberdade morando
nas janelas ornadas com cortinas de voil. Agora vou. Ando mesmo muito apaixonada
pelo Chris Botti. É por uma vontade de dançar, que deu de um tempo pra cá
e sim, apesar da dor inevitável das constatações - como por exemplo, minha
vida não é mais um livro aberto -, ando me divertindo muito :)