terça-feira, maio 13, 2003




Ando com saudades de fotografar. Ontem descobri no fundo de uma gaveta, um envelope com
negativos, que passou despercebido, naquela limpa do ano passado. Tenho saudades da minha
Nikkormat com lente de cristal 50,1.2, que era já, a extensão do meu olho. Quando estava com
ela, nem sentia mais, nem peso, nem movimentos, nem nada. Ajuste de lente era como passar
marcha no carro, andar de bicicleta. A Nikkormat era um prazer. Com ela fazia de conta que eu
era Cartier Bresson ou Edouard Boubat e saía pela cidade andando como se o Rio de Janeiro
fosse uma novidade em tudo. A brincadeira era essa e nunca eu era menos que isso, no mínimo,
era prima do Sebastião Salgado quando ia fotogarafar gente trabalhando, hehehe. Era bom brincar.
Era uma delicia inverter a divisão áurea, que o Ivan fazia tanta questão em frisar e fazer tudo ao
contrário, pra depois ver ele torcer a boca pro meu trabalho sabendo que eu fiz só de implicãncia,
enfim, bons tempos. Dia desses o Maz disse que me emprestava, por muito custo, vê a situação e
eu nem pedi : ) uma camera digital que ele tem, mas ele não entende, não é só tirar fotografia; pra
esses momentos, so á minha Nikkormat é que serviria.

Uma vez ganhei de um amigo uma lata de Ilford 100. Foi aí que aprendi a ver luz, entender o que
era, de verdade. Até então, só tinha fotografado com os 400. È aquela coisa né? Com 400, se
voce errar, ainda dá pra dizer que é estilo: )) A partir de 100, nananina, Ilford então, piorou. É
uma Ferrari meninas, igual aquela que aparece no Pretty Woman. Os primeiros filmes que fiz
dessa lata, ficaram aquele horror subspostosuperexposto de ser, que piorava ao tentar ser
corrigido em laboratório, um vexame. Cai em mim e fui estudar de novo. E, quando fiz minha
primeira foto certinha e entendi o que era aquilo, ah, que revelação!, é outro mundo. Tão bom.

Acho que já esqueci tudo.:)



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