quarta-feira, maio 14, 2003
Há dois anos atrás, procurando por hipertexto no Google esbarrei no Carnet de Notes.
Eventualmente visito mas, ele pouco atualiza e então ás vezes esqueço. Mas atualizar ou não
o blog nao é problema porque o trabalho que existe por trás do blog, do dono do blog, sobre
ciberpesquisa e tudo que é ligado ao assunto, na Universidade da Bahia, é o bicho. Ontem encontrei
o blog no Toplinks, o trabalho continua. Essa, infelizmente não é minha praia mas, pra quem é,
entende ou aprecia o dizer acadêmico, o trabalho é especialíssimo. É muito conhecimento, uma coisa.: )
terça-feira, maio 13, 2003
Ando com saudades de fotografar. Ontem descobri no fundo de uma gaveta, um envelope com
negativos, que passou despercebido, naquela limpa do ano passado. Tenho saudades da minha
Nikkormat com lente de cristal 50,1.2, que era já, a extensão do meu olho. Quando estava com
ela, nem sentia mais, nem peso, nem movimentos, nem nada. Ajuste de lente era como passar
marcha no carro, andar de bicicleta. A Nikkormat era um prazer. Com ela fazia de conta que eu
era Cartier Bresson ou Edouard Boubat e saía pela cidade andando como se o Rio de Janeiro
fosse uma novidade em tudo. A brincadeira era essa e nunca eu era menos que isso, no mínimo,
era prima do Sebastião Salgado quando ia fotogarafar gente trabalhando, hehehe. Era bom brincar.
Era uma delicia inverter a divisão áurea, que o Ivan fazia tanta questão em frisar e fazer tudo ao
contrário, pra depois ver ele torcer a boca pro meu trabalho sabendo que eu fiz só de implicãncia,
enfim, bons tempos. Dia desses o Maz disse que me emprestava, por muito custo, vê a situação e
eu nem pedi : ) uma camera digital que ele tem, mas ele não entende, não é só tirar fotografia; pra
esses momentos, so á minha Nikkormat é que serviria.
Uma vez ganhei de um amigo uma lata de Ilford 100. Foi aí que aprendi a ver luz, entender o que
era, de verdade. Até então, só tinha fotografado com os 400. È aquela coisa né? Com 400, se
voce errar, ainda dá pra dizer que é estilo: )) A partir de 100, nananina, Ilford então, piorou. É
uma Ferrari meninas, igual aquela que aparece no Pretty Woman. Os primeiros filmes que fiz
dessa lata, ficaram aquele horror subspostosuperexposto de ser, que piorava ao tentar ser
corrigido em laboratório, um vexame. Cai em mim e fui estudar de novo. E, quando fiz minha
primeira foto certinha e entendi o que era aquilo, ah, que revelação!, é outro mundo. Tão bom.
Acho que já esqueci tudo.:)
Legal! Vi agora no Fernando Stickel, que por sua vez viu na Carminha:
Rob's Amazing Poem Generator
This poem was generated from http://tempoimaginario.blogspot.com. Engraçado é que
cada vez que a gente entra na página, ele gera um poema diferente.
an scott b at 16:55 postCount 93536105 ; Ter
45 postCount 92155192 ; Sque
escrever em vez. Se
ocultavam de intensamente insuportá
vel. para estar
mais mas isso é Antes ou fica
colocando um chifre, como o
resisti: Quem que enxergava certas
razões sãvezes, quando na minha
memória Sãda o de
guerra! vai
se tornando tãla os do tempoA
morte é os sons dos limites:
o verdes
brilhantes, o de liquidificador...:
slower posted by an scott
b
at 14:postCount 93751201 ;
Não.do banheiro, Peguei no
Colher, li no Interney : jean
larissa blogar maggi mare mario
av levantava o um blog. :
: ))
Não esqueço o assunto da Vilma, mas vou dar uma aliviada no ambiente.
Momento Temperoesotérico:
Basílico (Ocimum basilicum)
Planeta: Marte. Elemento: Fogo
Usado em rituais de riqueza e prosperidade. Pode ser carregada no bolso
para atrair dinheiro.Há tempos atrás acreditava-se que a mulher acabaria
com a infidelidade do marido salpicando basil no corpo dele.
Camomila (Anthemis noblis)
Planeta: Sol. Elemento: Água
Usado em encantamentos e em rituais de prosperidades. Estimula o sono.
O chá acalma e tranqüiliza, pode ser muito útil quando você precisar fazer
um ritual e estiver sentindo raiva ou agonia. Lavar o rosto e as mãos com
camomila atrai amor.
Hortelã (Mentha piperata)
Planeta: Vênus. Elemento: Ar
Usado em encantamentos de cura, tomar banho com hortelã também é
ótimo para curar, e também pode ser usado como incenso.
Tomilho (Thymus vulgaris)
Planeta: Vênus. Elemento: Ar
Usado como incenso purificador, banhos mágicos de limpeza. Pode ser
inalado para refrescar e renovar energia. Use para se defender contra
negatividade. Traz inspiração e coragem.
Acho que mais tarde, vou postar os outros no Segredos.
segunda-feira, maio 12, 2003
O que se faz com alguém como a Vilma, que vai a uma maternidade e pega bebes
como se fosse na prateleira de um supermercado, para servir a sua conveniência?
Foi muito bom ontem: )
Ganhei do Felipe um quadro com uma letra chinesa que quer dizer Boa Vida, hehhe,
e uma espécie de travessinha que ele disse que é pra colocar balas e bombons na
mesa do computador e eu não ter que ficar descendo pra pegar beliscos, ha, presente
de grego : ))
Almoçamos e depois as mães dos amigos, vieram aqui e eu ganhei presente do Neon:
uma fita com as músicas dele. Ficamos aqui naquela fofoca de mãe e depois fomos ao
Leblon levar presente pra ex-sogra, de uma delas, que é um amor. A sogra. Aproveitamos
pra passar no Colher de Pau que é uma loja de doces antiga lá e tem cada doce inacreditável.
Devo ter cruzado com a Ma no Colher, li no Blowg, ela também passou por lá.
Mundo pequeno. : )
sexta-feira, maio 09, 2003
Momento Mothern:
Por falar nessa banheira, era um banheirão mesmo, pegava de ponta a ponta do banheiro.
Uma vez, naquela coisa de sair do trabalho, pegar Fe na escola, passar no supermercado,
chegar em casa, preparar jantar, aquilo sabe? Aquela nossa singela jornada tripla de sempre?
Então, tinha dias que o Felipe tava mais força da natureza do que o normal e, uma maneira
de conseguir fazer tudo, era colocando o monstrinho da Tânsmania no banho: ) Acho que
nesse dia, eu também estava pra furacão e abri a torneira, coloquei o Felipe, os Changeman,
os carrinhos, caminhões e o banho espuma. Quando voltei pra ver o porque do silencio - mães
sabem, silencio é roubada - só tinham dois olhinhos pra fora. Nenhum nariz, nem pézinhos,
nem mãozinhas, talvez algum cabelo e menos da metadde de uma testa. Mas visível mesmo,
só aqueles dois olhinhos quietinhos, sem chegar a uma conclusão se aquilo era bom ou assutador.
Eram aqueles olhinhos e um banheiro de espuma. Desnecessário dizer que virou festa e o
jantar foi pizza, né?:)
Continuando a falar agora, porque antes a Netcable não deixou; falando em Spas, fiquei
pensando na Lush, que é meu sonho de consumo. Me apaixonei quando ganhei uma caixa
com um sabonete de laranja e um efervescente. Uau! E se a Lush abrisse um Spa? Spa de banhos.
Já imaginou que delicia? Estamos no trabalho, estressados e, em vez de hora de almoço,
a gente vai lá tomar banho.
Com dinheiro, abriria uma franquia da Lush aqui no Rio e abriria falência logo em seguida.
Usava todos e os que sobrassem, não deixaria ninguém vender, pra não acabar. :,)
Ai ai... Aqui, a casa é legal e tudo, tem piscna e tal, mas se tem uma coisa que me dói
o coração é lembrar do meu ap do Leblon. Ele era minúsculo mas, além de toda a felicidade
que existia ali, a deusa me salve, que banheirão:))
quarta-feira, maio 07, 2003
Entrei no SiteMeter agora e vi uma consulta ao Google que chegou no blog procurando por
sapatihas Repetto. Tudo bem, usei muitas sapatilhas Repetto e já tinha mencionado que fiz
ballet durante alguns anos mas, tenho certeza que nunca escrevi sobre isso. Mas tava
lá, sapatilhas repetto. Resolvi seguir o link e estava escrito assim:
Bali por causa da massagem e das cangas.
França por causa da Maison Guerlain, das sapatilhas Repetto e da Côte d'Azur.
Itália por Florença e por causa dos tomatinhos.
Escócia por causa do Sean Connery.
Russia por causa do avião do Lulu Santos.
Los Alamos por causa das galáxias.
Espanha pra jantar ao sol pelas 9 horas da noite.
California por causa de Esalen.
Esalen por causa de Bateson, Capra, Grof, Rolf, May, etc.
Nova York por causa do Empire State Building
Empire por causa de "A Love Affair",
sem chegar ao parapeito por causa do medo de altura.
Vergonha do medo de altura por causa do pai, comandante de avião.
Assagioli para explicar essa situação.
Pensava sobre lugares que gostaria de visitar um dia. Engraçado como a gente esquece.
Acho que foi porque saiu na hora, assim, escrevi e nem li de novo. Post and Publish.
Foi numa época importante ano passado. Tinha criado o blog e comecei a olhar mais
pra mim, voltar minha atenção pra coisas que estavam esquecidas em função de Felipe e
etc. Legal. Não me lembrava mesmo. Hoje eu acrescentaria:
Kerala por causa do Spa
Maui por causa do Spa
Polinésia por causa do Spa : ))
Está super fora de foco. Mas não está valendo?
Oi Claudia! È pra voce que está fora do Rio e queria ver o Pão de Açucar.
Agora no outono, a lua quando cheia, nasce bem ali, pertinho do morro.
A próxima foto vai ser assim:))
update: mudei pra hoje, 8, não resisti:)
Quem quiser ver como estava ontem, está aqui.
Egotrip 3. I'm a very bad girl :)))
The Dante's Inferno Test has banished you to
the Sixth Level of Hell - The City of Dis!
Here is how you matched up against all the levels:
| Level | Score |
|---|---|
| Purgatory (Repenting Believers) | Very Low |
| Level 1 - Limbo (Virtuous Non-Believers) | High |
| Level 2 (Lustful) | High |
| Level 3 (Gluttonous) | Moderate |
| Level 4 (Prodigal and Avaricious) | Low |
| Level 5 (Wrathful and Gloomy) | Moderate |
| Level 6 - The City of Dis (Heretics) | Very High |
| Level 7 (Violent) | Moderate |
| Level 8- the Malebolge (Fraudulent, Malicious, Panderers) | Moderate |
| Level 9 - Cocytus (Treacherous) | High |
Take the Dante's Inferno Hell Test
terça-feira, maio 06, 2003
angela is frequently asked
angela is missing
angela is part of the regular lunch crowd at the sherman avenue
angela is a single ukrainian woman
angela is our favorite director of publicity
angela is trying to stop this cult that is controlled by this crazy leader
angela is in 2003 te zien in de nieuwe nederlandse speelfilm "van god los"
angela is in a room with doc samson and a camera looking at them
angela is a keen social dancer
angela is also the owner and president of her own production company
angela is a really helpful and functional tool
angela is miss america
angela is chinese
angela is missing aron von lodge was the head of a small country known as lilliland near switzerland
angela is a self proclaimed contrarian
angela is coming in for the kill
angela is testing a program and says to the creator that is a virus
angela is not a girl
angela is just the thing swenson needs
angela is a 3rd cousin of actress ava gardner
angela is finding things tough as she is sent to summer camp along with her male cousin
angela is a romantic comedy that isn't very funny and isn't very romantic
angela is involved in an experiment monitoring the brain impulses of several unknown people
angela is the oldest by 5 minutes
angela is darker
angela is not visible from the entrance gat
angela is the sistah for the new millenium
angela is a princess of the magical kingdom of altena
angela is able to move matter using her mind
angela is a qualified architect and works with a firm of architects in stockholm
angela is an extravert
angela is sometimes excessive
angela is still waiting
Egotrip. Googlism. Peguei com Rossana, no Wumannity
domingo, maio 04, 2003
Secção Mundo Muito Muito Pequeno.
Por mail:
"Cristina da Madruga...Uns pensaram que se tratava de uma cantora
Vou adiantar um pedaço de uma história que um dia vou contar.
Ganhei o apelido Cristina da Madrugada da Leda Nagle.
Uma época o Sem Censura era reprisado nas noites. Eu ficava aqui navegando e
ouvindo de costas. Mandei um fax bem engraçado, onde perguntava se nada poderia
ser feito para os do turno, participarem da pesquisa. Ela abriu um buraco no programa
para o que chamou de "manifesto". Disse que ia apresentar a "Cristina da Madrugada".
Passaram a adiantar a pergunta. Quando fizeram um site, colocaram o texto. Não pensa
que tenho. Esqueço. Não dou grande importancia. Só que fiquei sabendo que um primo
que estava muito mal...(ia morrer) tinha ouvido em Pelotas. Ele não podia mais sair de
casa e me adorava. Continuei a brincadeira e virei uma das fixas comentaristas por fax
e depois e-mail. Chegaram a me convidar para ir até o programa. Fui porque sempre
trabalhei nesse meio. Amo TV. Só que pedi para ficar onde gosto. Fora da tela. Acho
que foi em 97/98 Deve ter durado 1 ano. Um dia meu primo morreu e desapareci...aos
poucos. Não reprisavam mais e horário é ingrato. Cansei.
É isso Antes dos blogs já tinha brincado de comentar por aí e até pouco tempo ainda
trocava e-mails com Theo de Vila Velha. É um amor.
Beijps, Cris."
E eu que vejo Sem Censura desde que o mundo é mundo, já dei boas risadas com essa Cristina da Madrugada : ))
Da série, "Sou Feliz Por Ter 45 Anos". Paulo Coelho em entrevista para o Almanaque:
"Voce escreve um livro e não sabe que filho é. Meu processo tá muito ligado a isso:
fazer amor com a vida e não saber quem é o pai"
Tudo bem, eu sei que Paulo Coelho escreve pras massas, que antes de ser escritor, ele é puro marketing,
eu entendo e até respeito. Afinal, quem sou eu pra fazer juízo de valor diante da ABL ou de Madona
e principalmente, diante das massas? None. Mas, esse negócio de não saber quem é o pai não dá pra
engolir fácil. Não pra essa questão de filho e pai pois, dependendo do tanto de amor que se tem pra dar,
as vezes, fica dificil mesmo saber quem é o pai. Normal. Mas, pra frase de efeito, no meu tempo, rolava
um parâmetro. No meu tempo, nem as massas, não aguentavam um troço desses não. Fala sério. : ))
Não foi uma delicia o dia de ontem?
Choveu, depois fez sol, depois choveu de novo, depois fez sol, teve chuva de vento, teve casamento
de viúva. Teve frio e depois calor. Vi um céu cinza chumbo de um lado e um arco-íris do outro.
Dias assim são uma alegria. Não me lembram guarda chuva, me lembram casaquinho de banlon. :)
Sorry crianças mas, casaquinho de banlon é coisa para iniciados.
sábado, maio 03, 2003
Darumá é um boneco que tem a função mística de realizar um desejo da gente.
A explicação tá no Querido Leitor da Rosana que foi onde vi. Ela está sem o
permalink, mas procurando nos posts a gente acha:)) Gostei. Vou fazer um pra mim.
Também tou numa fase webmística: ))
sexta-feira, maio 02, 2003
Gostoso de ler:
"Rodada summer draft
Amei primeiro Eduardo. Mas ele morreu de acidente. Viajou sem mim pra Guarapari e caiu com o
Fusca numa ribanceira. Esmagou-se inteiro nas ferragens dum São Geraldo modelo velho. Sem a
menor categoria. Senti saudades dele por umas semanas, depois Eduardo se tornou um retrato 3
por 4 dentro duma carteira que dei pra um bazar de usados.
Amei menos Daniel. E ele morreu de tiro. Foi ser polícia em Sete Lagoas e correu atrás duns
marginais. Rodopiou com o carro pela estrada, saiu correndo pela colina, foi atingido pelas costas.
Duas perfurações certeiras no coração. De brinde, mais uma na cabeça. Fui ao enterro mas não
fiz cara de viúva. Me chamaram de fria. Beijei o cadáver na boca. Me chamaram de sinistra. Quis
que o cremassem pra eu ficar com a urna. Me chamaram de soturna. Enterraram Daniel junto com
as tias que morreram de parto. E Daniel virou umas alianças de prata no meu porta-jóias de craquelê.
Amei outro Eduardo. Este morreu de choque. Tocava guitarra, som alto. Choveu pela janela e ele
não viu. Estorricou-se desde os dedos. Caiu morto de repente. Dizem que chegou a gritar o nome
do Hendrix. Fui ver o corpo carbonizado. Apelei pros orixás. Me chamaram de louca. Pé frio. Dei
de ombros. Eduardo tinha sido o primeiro.
Alexandre morreu de cárie. Teve um abcesso. Uma septicemia invadiu-lhe as entranhas. Dizem
que havia escapado de dois tiros no pescoço, mas daquele abcesso não escaparia. Acompanhei
tudo de perto, ia ao hospital todos os dias. Levei flores duas vezes, quando achei que não mais o
veria. E estava errada. Me chamaram de azarada. Dei de ombros. Alexandre deixou a cárie tomar
conta. Morreu com os dois incisivos podres e um chifre, como um unicórnio, mas muito doce.
Bruno foi festejado. Morreu de aneurisma. Estourou a veia bem na hora em que ele ia me dar na
cara. Plantei nele as palmas dos meus olhos, arregalados, apavorados. Nunca havia apanhado de
homem antes, a não ser do meu pai. E antes de a porrada pegar, Bruno caiu duro, teso, lesado.
O chão não se abriu. O aneurisma foi detectado no IML. Fui ao enterro desconfiada. Me chamaram
de culpada. Dei de ombros. Chutei os joelhos da irmã caçula dele. E Bruno foi festejado. Tomei
uma vodca pra comemorar o tabefe que não levei.
Daniel me assombrou numa noite. Apareceu diante da minha cama, dizendo que eu ainda lhe devia
qualquer coisa. Ofereci meus cornos, minhas palmas, meu traseiro. Não era nada disso. Depois
disse a ele que gostaria de repetir a dose. Ele veio incisivo, meteu as duas mãos na minha cintura
e disse que não voltaria mais se eu me oferecesse daquela maneira. Me chamou de vulgar.
Dei de costas. Fiquei chateada. Achei Daniel machista. Onde será que ele aprendeu isso?
E mais um Eduardo morreu de acidente. Caí na cama dele sem perceber. Ele deixou o aparelho
de dvd cair dentro do ofurô em que tomava banho de sais. Fiquei vendo a água vermelha escorrer
pelo chão do banheiro. Peguei o avião de volta pra São Paulo. Deixei o cadáver lá. Disseram que
havia uma mulher com ele. Nunca chegaram a mim. Fiquei quieta, pensando que me encontrariam
se investigassem minhas impressões digitais na cabeceira da cama, na porta do banheiro, nas
costas de Eduardo. Mas nunca me encontraram. E eu nem cheguei a ir ao enterro.
Gustavo me apareceu veloz. Deu a cantada, caí. Mas disse que estava de passagem. Estapeei
o cara e dei o fora. Não era minha intenção que alguém me amasse. Queria apenas que ele
morresse em paz. Morreu num quinto dia útil do mês, mesmo dia em que costumo receber meu
salário. Não tive tempo de ir ao velório porque fiquei presa na fila do banco. Me chamaram de
vingativa. Dei de ombros. Nada a ver. O caso dele era suicídio. Pulou do prédio da Faculdade de
Direito. Ficou interessante o desenho do cadáver, a giz, no chão da avenida. Guardei uma foto
de lembrança.
Fábio apareceu no estacionamento do McDonalds, num carro preto, seminovo. Disse que me
queria naquela hora. E voltou pro Rio de Janeiro sem nada na bagagem. Recusei todas as suas
investidas, não cedi a nenhuma cantada, nem quando ele ficou nu no meio do pátio do presídio.
Deixei uns pães de queijo, uma lata de coca-cola com um 38 dentro. Acho que foi com essa
arma que deram nele as coronhadas.
Próximo, por favor."
Ana Elisa Ribeiro. Mais aqui : )
Então senti que o resumo é de cada um, que todo rumo deságua em lugar comum
então eu monto num cavalo que me leva a Teerã e não me perco jamais
quando desespero vejo muito mais
Ouvindo Boca Livre e Chico, disco dos 20 anos.
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