domingo, novembro 07, 2004





Sacred Spaces



Se voce quiser ir a um astrólogo daqueles, fale comigo.



Fiz ranger as folhas de jornal/abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo/de cada fronteira distante/subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa./Nestes últimos vinte anos/nada de novo há
no rugir das tempestades./Não estamos alegres,/é certo,
mas também por que razão/haveríamos de ficar tristes?/O mar da história
é agitado./As ameaças/e as guerras/havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,/cortando-as/como uma quilha corta/as ondas".

Maiakóvski



sexta-feira, novembro 05, 2004



Meu coração tá doeeendo, mas então eu li isso na Marina, olha:

"Sobre ti minhas palavras choveram carícias
Desde faz tempo amei teu corpo de nácar
ensolarado.
Chego a te crer a dona do universo.
Te trarei das montanhas flores alegres, copihues,
avelãs escuras, e cestas silvestres de beijos.
Quero fazer contigo
o que a primavera faz com cerejas."


Pablo Neruda




: )

segunda-feira, outubro 25, 2004



E lá vai Felipe



Sabe o Felipe? 19 anos hoje!
Agora em versão Pilar :)
Feliz por ser sua mãe, feliz pelo que voce me deu.
Beijos e felicidades pra sempre :)

sábado, outubro 23, 2004



Quando não tiver mais nada
Nem chão, nem escada
Escudo ou espada
O seu coração acordará

Quando estiver com tudo
Lã, cetim, veludo
Espada e escudo
Sua consciência adormecerá

E acordará no mesmo lugar
Do ar até o arterial
No mesmo lar, no mesmo quintal
Da alma ao corpo material

Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare

Quando não se tem mais nada
Não se perde nada
Tudo ou espada
Pode ser o que se for livre do temor

Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare


Quando se acabou com tudo
Espada e escudo
Forma e conteúdo
Já então agora dá para dar amor

Amor dará e receberá
Do ar, pulmão; da lágrima, sal
Amor dará e receberá
Da luz, visão do templo espiral

Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare

Quando se acabou com tudo
Espada e escudo
Forma e conteúdo
Já então agora dá para dar amor

Amor dará e receberá
Do ar, pulmão; da lágrima, sal
Amor dará e receberá
Da luz, visão do templo espiral

Amor dará e receberá
Do braço, mão; da boca, vogal
Amor dará e receberá
Da morte o seu guia natal

Adeus dor

Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare

Peguei no Jam

segunda-feira, outubro 11, 2004





Dudi Maia Rosa



Notas de viagem. A porta do quarto está entreaberta, existe uma cortina branca e uma varanda. Na varanda, uma mesa e flores e cartas. Existem cartões, envelopes amassados e jogados sobre a mesa. A luz do telefone, na espera, pisca sem parar. É vermelha também a taça de vinho sobre o aparador onde ainda bate um fio de sol, o último da tarde. O sol aqui é de um amarelo sem cor Existe aqui, tomando conta da maior parte do quarto, uma cama, forrada com finos lençóis brancos, uma cama alta e branca, como um altar. Da outra janela dá pra ver o Vaticano. O Vaticano e o meu sentimento de impasse, em relação a um lugar onde eu nunca estive; uma abóbada de estranhas visões, douradas, brancas, visões fugidias de santos e esperanças. A parede é de um branco que eu nunca tinha visto, um branco antigo, mais velho que meu País. O cheiro aqui é diferente, tudo aqui é diferente, cheio de rosas e vermelhos, mas, os vermelhos aqui são sagrados, os meus não são. Meus vermelhos são tropicais, perplexos diante de vermelhos irreconhecíveis. Só aquele eu reconheço, o vermelho que vi nos olhos daquele homem ali, sentado na cadeira azul. O homem de olhos azuis, com os olhos perdidos nos mais puros azuis. Vastos, insonháveis azuis. Infinitas distâncias azuis. Infinitas distâncias em qualquer cor. A cor da solidão é universal.




sábado, outubro 09, 2004



Anotações de viagem.

Não ha segredos, não há o que esconder, mas nem tudo, a partir de agora, é verdade.
Mas voce pode escolher, o que agora, é verdade pra voce. O divertido é que, pelo
menos uma pessoa, sempre vai saber.

quinta-feira, agosto 12, 2004



Meu amigo deseja o inverno nesse verão tropical que se abateu sobre
a França. Eu, nesse frio anormal, espero pelo verão do Rio. Eu sou
feliz acima dos 30, ele só consegue raciocinar abaixo de 17.
Fiquei pensando que não haveria tempo pra nós até que veio aquela
proposta indecorosa: "no seu outono ou no meu?"

sábado, julho 24, 2004



O amor está no ar.





Klaus Mitteldorf no Fotógrafos Brasileiros.
O site dele é totalmente demais.



Quando eu vi o meu amor pela primeira vez, nunca poderia esperar.
Abri a porta, com aquele cabelo que já vai ficando assim, meio prum
lado, camiseta de quinze anos atrás, casaco sem botão, calça de
moleton, aquela, cinza, resto de meia de balé amarrando a calça,
aquilo, sem elástico. E eu achando que estava segura, ele tão longe,
sem telefone, sem endereço, só por email. E eu que tinha planejado
tanto. Acho que o que salvou foi o meião do Flamengo. Era novo.



Receitas novas no Segredos :)

sexta-feira, julho 23, 2004



Mergulhar a palavra suja em água sanitária depois de dois dias de molho,
quarar ao sol do meio dia. Algumas palavras quando alvejadas ao sol
adquirem consistência de certeza. Por exemplo a palavra vida. Existem outras,
e a palavra amor é uma delas, que são muito encardidas pelo uso, o que
recomenda aguar e bater insistentemente na pedra, depois enxaguar em
água corrente. São poucas as que resistem a esses cuidados, mas existem
aquelas. Dizem que limão e sal tiram sujeira difícil, mas nada. Toda
tentativa de lavar piedade foi sempre em vão. Agora nunca vi palavra tão
suja como perda. Perda e morte na medida que são alvejadas soltam um
líquido corrosivo, que atende pelo nome de argura, que é capaz de esvaziar
o vigor da língua. O aconselhado nesse caso é mantê-la sempre de molho
em um amaciante de boa qualidade. Agora, se o que você quer é somente
aliviar as palavras do uso diário, pode usar simplesmente sabão em pó e
máquina de lavar. O perigo neste caso é misturar palavras que mancham no
contato umas com as outras. Culpa, por exemplo, a culpa mancha tudo que
encontra e deve ser sempre alvejada sozinha. Outra mistura pouco
aconselhada é amizade e desejo, já que desejo, sendo uma palavra intensa,
quase agressiva, pode, o que não é inevitável, esgarçar a força delicada da
palavra amizade. Já a palavra força cai bem em qualquer mistura.Outro
cuidado importante é não lavar demais as palavras sob o risco de perderem
o sentido. A sujeirinha cotidiana quando não é excessiva, produz uma
oleosidade que dá vigor aos sons. Muito importante na arte de lavar palavras
é saber reconhecer uma palavra limpa. Conviva com a palavra durante alguns
dias. Deixe que se misture em seus gestos, que passeie pela expressão dos
seus sentidos. À noite, permita que se deite, não a seu lado mas sobre seu
corpo. Enquanto você dorme, a palavra, plantada em sua carne, prolifera em
toda sua possibilidade. Se puder suportar essa convivência até não mais
perceber a presença dela, então você tem uma palavra limpa. Uma palavra
limpa é uma palavra possível.

Receita para lavar roupa suja - Viviane Mosé



Ouvi ontem: ..."Voce necessita aprender a fé no lugar do medo."



Felicidade é usar Vegetarian Shoes

segunda-feira, julho 19, 2004



Even with all the fame/ With all the Brahma/ With all the bed/
With all the mud/ We keep on going/ We keep on going...

domingo, julho 18, 2004





Slower forever.



Acordei com o sol já alto, as janelas abertas, vento e passarinho.
Não me lembro de ter dormido. Só me lembro de uma lua enorme e
sonhos. Alguém me levando pela mão através da noite. Rasantes no
oceano, cheiro de jasmim, nuvens prateadas, estrelas, estrelinhas
nos meus cabelos e risos. Risos. Terra do Nunca. Essa era a minha
estória preferida. Sininho, Peter Pan, nunca crescer, voar, viver
feliz pra sempre.

Mas, sina de gente grande, sei lá porque, apesar de tudo eu
sempre quis voltar.



Felicidade é achar e poder comprar a Photographers Encyclopaedia International :)



"A fórmula da minha felicidade: um sim, um não, uma linha reta, um objetivo."

Nietzsche

 


"O romancista e ensaísta francês Pascal Bruckner publicou 15 livros, ganhou dois
importantes prêmios literários europeus, teve uma obra, Lua de Fel, adaptada
para o cinema por Roman Polanski e, doutor em letras, deu aulas em Nova York
e em San Diego, na Califórnia. Aos 53 anos, mora em Paris com a segunda mulher
 e a filha, de 7 anos. Bruckner poderia considerar-se um homem feliz, mas isso
 não combina com seu livro mais recente. A Euforia Perpétua (Ed. Bertrand Brasil)
denuncia a fragilidade e a crueldade de uma sociedade que transformou a felicidade
 em ideal coletivo e obrigatório. 'No mundo ocidental, quem não é feliz se sente
excluído e fracassado', afirma o escritor. 'A felicidade é extremamente individual
e efêmera por definição. Por isso, as pessoas obcecadas em conquistá-la, como a
 uma propriedade, sofrem em dobro e se distanciam das pequenas alegrias da vida.'
Bruckner concedeu a Paula Mageste/ÉPOCA a seguinte entrevista:

ÉPOCA Como a felicidade se tornou uma tirania?
Pascal Bruckner  No século XVIII, felicidade já deixara de ser um direito
para se tornar um dever. Mas essa inversão de valores só se consolidou
no século XX, depois de 1968, quando se fez uma revolução em nome do
prazer, da alegria, da voluptuosidade. A partir do momento em que o
prazer se torna o principal valor de uma sociedade, quem não o atinge
vira um indivíduo fora-da-lei.

Continua no Textos Enooooomes

Domingo de felicidades.



Dei uma passeada geral nos últimos dias e quanta gente parou de
blogar hein?  Nossa..parou ou se mudou.
 
Mas tem muitos blogs novos - pra mim - bacanas :) 




Eu sei, eu sei, mas é que eu tou numa preguiiiiiça...


sábado, julho 10, 2004



Ao mesmo tempo, no mesmo momento, em que ás 17:00, Fred se prepara pra deixar
um trabalho em Amsterdam, ás 12:00, eu chego atrasada com as compras do
almoço, em Niterói, Fezoca toma café da manhã ás 8:00 em Davis, California,
e Claudia, provavelmente, acabou de dar a última aula da manhã, do seu curso
de verão, ás 11:00 em New York.

Antigamente, era um acontecimento quando a amiga ligava rapidamente da
longínqua Florida e a gente se sentia como se falasse com um E.T. importante.
Hoje já não importa mais onde se vive para encontrar nossos amigos e a
quem nos corresponde nesse mundo, a qualquer hora, de qualquer lugar,
no pequeno planeta que chamamos de Terra e é visto de Marte como um
ponto azul. Silencioso.

Hoje nada importa ..."The shortest distance is the longest distance betweem 2 points"


Oi, pessoAll :)

segunda-feira, março 08, 2004



Oi :)
Se alguém entrar nos arquivos do blog vai ver que bagunça!
Dá dó mas, é a impermanência, soberana na web, ter sempre que lidar com o efêmero :))
Agora a Sapo deletou to-das as imagens de dios anos e meio de blog:0
Tou procurando hospedagem mas acho que vou começar um blog novo sabe?

Tudo bem por aí?
Saudades.

Continuo só lá no Fotógrafos por enquanto.
Quando venho aqui me dá uma vontade de publcar de novo; aconteceu e está
acontecendo tanta coisa nesses três meses de 2004...

Beijos gAllera. Qualquer coisa, mail ou Orkut:)