domingo, junho 12, 2005
A vida está assim: passam-se oito dias como se fora um.
Segunda feira tirei um pouco os olhos do computador, entardecia - e aqui,
é a hora em que as nuvens passam pela janela e passarinhos atravessam
a casa que fica com cheiro de jasmim - quando vi já era quarta.
Minha terapeuta atende mulheres de uma delegacia, mulheres que sofrem
violência, as mais diversas, de todos os generos, até delas contra elas mesmas,
então eu sou fichinha pra ela. Mesmo assim, a última vez que nos falamos
ela me abraçou forte e disse que precisaria existir na sociedade, uma ong
que protegesse almas como a minha. Eu não quis entender, talvez o mais
importante em mim seja o que eu não sei, e deve ficar assim, mas eu
gostei do abraço e de saber que alguém me vê; me vê essencialmente.
O resto são bobagens, meu bem, bogagens.
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