sábado, fevereiro 28, 2009
Há
Os que só tragam com filtro. Os que conduzem a dança.
Os de papo requentado. Os que espalham o conflito. Os grosseiros de
foulard. Os que usam o saber como arma de poder. Os que citam sem parar.
Os ternos de abraço manso. Os previsíveis sem sal. Os que não têm
espelho em casa. Os que têm presas no olhar. Os prósperos despreparados.
Os que vão lamber o limbo. Os marinheiros sem mar. Os belos atormentados.
Os que gostam de mulheres. Os que gostam das mulheres. Os mitos
desamparados. Vampiros os mais variados. Os que só querem mamar. Os que
portam falos bélicos. Os que inventam nosso riso. Sensíveis sem onde morar.
Os que decifram. Os que devoram. que adoram nos ver chorar. Casados
infantilizados. Os que temem se amarrar. Os que consertam cadeiras.
Ciumentos sem chave do armário. Os indeléveis carnais. Os de coração falido.
Os gananciosos banais. Marxistas que espancam mulheres. Os que se
desmancham no ar.
Ledu.
Hoje, na minha caixa de correio.
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
terça-feira, fevereiro 24, 2009
segunda-feira, fevereiro 23, 2009
Diário. O mais próximo que cheguei de carnaval esse ano foi assistir ao Oscar.
Admiro profundamente a mãe de um amigo de Felipe que sai em 8 escolas todo ano.
Já foi destaque mirim do Cacique de Ramos, tem 45 anos de carnaval para contar.
Fico colocando pilha nas pessoas para que, por favor, escrevam um livro. Esse
é o maior tesouro de alguém, essas vivências históricas. Yolanda é um acervo
andando pela rua. Enfim, quarta-feira chega de L. A. o Oliver, amigo de trabalho
de Felipe. Fica com a gente um mês, vem fazer umas prévias entre Rio e Sampa
para, se tudo der certo, rodar um filme sobre Street Art aqui. È a praia dele lá.
Se alguém é dessa tribo, manda mail. Ele veio entrevistar os artistas.
Falando em Oliver, uma curiosidade, ele vinha domingo para pegar um pouco do
carnaval e os blocos e tal. Queria muito que ele fosse ver o pessoal do Monobloco
e as Carmelitas e tudo o mais, mas ele precisou remarcar o voo pq foi contratado
para fazer o backstage do Oscar. A vida é muito divertida. Nem ligo mas acaba que
vou saber do Oscar assim, por dentro, entâo, quero muito que ele chegue pq, na
verdade é só o que me interessa na vida: os bastidores, qualquer um. Qualquer cena é
sempra mais bonita, eu sei, mas nunca existe verdade. Tenho todos os filmes para
assistir mas putz, que má vontade. Tenho ouvido musicas novas e visto muita
fotografia. O impensável, ando cansada das coisas web. Orkut nem pensar. Tou me
arrastando no Facebook, o Twitter se transformou numa infelicidade. Sinto saudades
do icq. Queria muito que aparecesse uma coisa nova. Hoje em plena e ensolarada
(leia-se quente pra caramba),segunda-feira de carnaval, rola mais um mini mutirão
aqui em casa, para pendurar coisas e pintar o teto e mais umas. Eu, Felipe, Vitinho e
mais tarde, Marcia, vamos trabalhar. Os outros vizinhos vao reclamar do barulho e
com muita razão. Quem em sã consciência vai reformar casa no carnaval?
Eu.
quinta-feira, fevereiro 19, 2009
Rio de Janeiro, 10:58 AM. Eu ja disse uma vez: da minha janela vejo a mata
atlantica e a cidade. De um lado da cortina, o cristo redentor a exuberancia
verdazul do pais tropical, do outro, urubus suicidas pousados em torres de alta
tensão, na linha de tiro, esperam. De um lado nuvens tão brancas como os
anjos, do outro, nuvem de poluição e um horizonte de gasoduto, entre eles,
carradas de tijolos e papelão. É como um espelho quebrado: imaginario,
real, imaginário, real. De vez em quando, como agora, os dois mundos
se fundem num bando de helicopteros que passam tão perto, que dá pra ver as
metralhadoras dos homens indo em direção ao infinito.
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