a vida é isso mesmo, ela dói. as vezes eu quero escapar, as vezes a gente escapa. Vezes em que o sentimento é tão intenso que eu vou no sentido contrário, me afasto, bloqueio. Mas não adianta porque a vida está aí, ela chama de volta e continua. em algum momento vou ter que encarar, ninguém consegue ser infeliz por muito tempo, o coração fica batendo, batendo, ele avisa, mesmo que voce tenha enterrado o pobre embaixo de toneladas de concreto. voce sabe que ele está ali, e se eu não ouvir, morro, já aprendi o que é morrer em vida, não me escutando, não ouvindo meus próprios passos, vivendo a vida dos outros, o sonhos dos outros, tem horas que a gente não cabe mais no lugar. difícil se despedir de onde foi feliz, se sentiu segura, difícil se despedir do que um dia foi o amor completo, a razão da vida, e a gente queria continuar mas já não cabe. Eu olhei em volta e era tudo tão familiar e bom. mas já não serve, é estagnante, é armadilha, é opressão, é só espera vã. È como quando a gente é criança e cresce e a roupa já não cabe, tive um vestido aos nove anos, era um tubinho rosa, de casinha de abelha e um laço de seda, lembro hoje, lembro sempre, um dia não me cabia mais, não entrava, não fechava, eu tinha crescido, chorei, chorei, depois segui vida, acho que sou assim desde menina, quero ficar mas a vida me leva. é para um lugar melhor depois, é para ser mais feliz, é para cumprir destino, evoluir, amar mais profundamente, fazer mais sentido, cumprir os ciclos, as fases, sentir que está vivendo de verdade, e a paz que isso traz no final, no novo fim, no novo começo, na plena certeza do continuar daqui, Mas a vida dói, mesmo nos dias mais felizes, mesmo quando é seguro, mesmo quando é encontro. Então aceita que dói menos.
terça-feira, junho 16, 2020
terça-feira, junho 09, 2020
diário. estou aprendendo a fazer narrativas. na verdade, esse é o nome novo para uma coisa que a gente fazia antes. narrativas não sei o quê poéticas, imagéticas, etnográficas, autopoesis, enfim, a gente aprende a contar uma história que até então parecia só um monte de imagens estanques, é divertido. acho que era o que fazia no fotógrafos brasileiros já, sem saber, o encadeamento das imagens e tal, daí que comecei a ver as fotos que fiz ao longo desse tempo de viagem e tem sim um monte de história pra contar através das imagens e eu não me dava conta, na verdade nunca foi intencional, mas olhando o bojo fica claro desde quando fotografei as tres torres que apareciam no morro em frente a minha janela por dez anos, sem saber. fotografei aeroportos,hoje mesmo publiquei no instagram uma que significa mais pra mim em termos de despedida do que todas as outras, quase não se vê imagem, mas o sentimento que tem ali, pra mim é mais do que em qualquer outra foto, porque agora é isso o sentimento, antes jamais publicaria uma foto assim, fotografei rodoviárias, fotos fora de foco, fotos tremidas, através da janelas dos onibus, as paisagens passando velozes, nunca nem mostraria e agora é parte principal do meu trabalho do livro. não sabia que tenho atração por folhas na calçada, montes de fotos, lugares diferentes, folhas pelo chão em são paulo, natal, belém, rio, joão pessoa, salvador. fotografei gente sozinha em todas as partes do brasil, não sozinha desvalida, sozinha nas cenas, nas paisagens, tem muita gente sozinha nas minhas fotos.'e tem uma sensação de hiato, de tempo em suspensão mesmo, de tempo imaginado, de tempo imaginário :) enfim, ter que fazer esse livro, que eu acho que não vou conseguir a tempo, porque cada hora eu vou por um caminho diferente e ainda não consegui chegar numa fio condutor, mas o mais importante no momento é que essa pesquisa em cima das minhas fotos estão mostrando um caminho de volta pra mim mesma, em algumas áreas esquecidas, algumas que eu nem sabia que eu existia dessa forma, quanto de gostoso é isso? poder se rever. se ver com outros olhos, e tomar outras direções. quando voltei a circular pelo mundo da fotografia eu tinha esse hiato de 30 anos. custei a entender e principalmente a aceitar que agora era tudo ao contrário do que tinha aprendido, ficava chocada quando mostrava o que entendia por narrativa e me cobravam minha subjetividade na pauta. como assim, é pauta, que mané subjetividade na pauta, feio e errado. e agora faz parte, e essa aproximação da fotografia como plataforma de arte, fiquei de cara, que mané artista visual gente, e tudo o que era reprovável agora era o super legal de fazer. e na verdade é mesmo o super legal de fazer, a gente que era engessada, vivia num quadrado que era ser fiel a realidade e essa realidade na verdade nunca existiu. hoje não tem mais limite os por outra, não existe mais fronteira. e hoje sei que tudo que neguei ou discordei quando voltei a tratar com fotografia, agora no seculo 21, ironicamente se tivesse ainda continuado no meio de fotografia é quase certo que eu ia por esse caminho mesmo, usar a plataforma , fotografia, para me aproximar da arte. estou pirando nas fotos, está muito divertido. e rico, nao quero mais me afastar desse, pode chamar de, fazer artístico? acho que vou fazer muitos livrinhos daqui por diante, como um hobbie, quero ficar pra sempre. se eu vou resolver bem, aí já é outra história. #lovemylifemode
segunda-feira, maio 25, 2020
segunda-feira, maio 04, 2020
Diário de ontem. Roubo flores na rua. É uma tradição. Diz que São Paulo é uma cidade de concreto, aham, na minha rua contei 56 espécies de flores diferentes nos canteiros. 56. É a disneylandia das ladras de flores de jardins. ás vezes volto para casa praticamente com uma corbeille. Dia desses fui ao mercado que fica mais longe e entrei pela Zequinha de Abreu que só tem casarões e os jardins se projetam nas calçadas. Ou seja. A quarentena segue, o insuportável lá fora, também. Fico atenta a amigos que estão entrando em angústia, tento, de novo, explicar sem ser com textão, com outras palavras, que a minha questão não é se alienar, negar a realidade para não sofrer, ao contrário, e é saber qual é o momento que você quer perpetuar, quem você quer ser? O que vai sobreviver ou o que vai sucumbir? Quero que você, tendo passado por esse horror ao qual todos estamos expostos, tanta desumanização, crueldade, violência, seja quem vai sobreviver e vai ser quem vai contar a História, não com sentimento de alívio, que é para não esquecer, mas com clareza. Daí que qualquer coisa para não perder a saúde emocional está valendo, a começar por parar de se julgar e pensar o tempo todo em tudo, no que é ou no que deixa de ser. Quer falar com o amiguinho imaginário que agora te acompanha na quarentena, fale minha querida, quer falar sozinho brigar e chorar com ninguém, altos diálogos com o nada, dou força, ao contrário de achar pirante, sua sanidade está garantida, como o amigo que está tentando comunicação telepática com os gatos. E abelhas. outro dia aqui por perto tinha alguém recitando Shakespeare, aos berros, cante ao vivo desafinando horrivelmente, (foi mesmo horrível). Planejar viagens que nunca serão feitas, desejar amores que serão sempre impossíveis, utopias alimentam, assim como os banhos longos depois de ter feito a máscara facial de manteiga de cacau, mas que de tão gostosa acabou passando no corpo inteiro mesmo. Pesquisar casamentos felizes, compêndios de fantasia, manual de como se tornar invisível, está valendo. Eu danço. De repente comecei a dançar um dia aqui, danço quando acordo, danço o dia, danço quando vou dormir, instintivamente, intuitivamente, memória do corpo, dos anos de ballet. Dia desses na apresentação do filme da Claire Denis o Dodô falou da filosofia da corporeidade de raiz africana, que diz que o nosso corpo é o maior material de aprendizagem do mundo. Se você quer conhecer o mundo nas coisas mais profundas da vida como, quem nós somos, o que é a vida, por que estamos aqui, a resposta é: dance. É colocar o seu corpo no mundo, dançar em irmandade com a dança do mundo. Tudo dança, o vento está dançando, os átomos estão dançando, em mim, em você, no universo, dance o seu corpo para encontrar seu sentido e resposta. Dançar com o mundo e com um outro, para seu corpo existir nele. Quanto de bonito é isso? Então eu danço, e eu canto e escuto as músicas que me levam. E depois que eu danço e canto e escuto, sinto que a vida é um grande gesto poético e que ir ao mercado só para comprar água e chocolates, ou alguma coisa assim tão absolutamente banal é que me sustenta emocionalmente, alimenta minha serenidade, tão necessária, porque a gente agora é uma ilha, cercada de dor por todos os lados. Valeu, Aldir <3
terça-feira, abril 28, 2020
domingo, abril 26, 2020
sábado. acordei tarde, fui seguindo o fluxo da vida, a gente vai indo assim numa dor e vivendo. é uma dinâmica ciclotímica, numa hora a gente cai na risada com o meme do ministro da saúde e na outra chora com a notícia do amigo que estava bem ontem e morreu hoje de manhã. Uns dias são melhores que outros, entretanto ambos pedem o tempo todo, demandam, que eu lembre de tudo que já passei na vida, para dimensionar a dor de agora, dar perspectiva a ela, aceitá-la e seguir. a internet tem ajudado a passar os dias, se é quarentena pelo menos não é isolamento, hoje também foi divertido. estou subindo o filme do grupo, um doc. sobre o cinema novo que na verdade é um belíssimo filme com trechos de todos os filmes, pra mais tarde, fui passear em Cuba, agora estou assistindo a live do João Bosco, troquei receitas de pães e bolos de liquidificador, saí pra dar uma caminhada, aproveitei e comprei frutas e lindos tomates, ando colecionando parafusos gigantes que os caras que fazem a manutenção das redes de luz, deixam pelo caminho, não sei exatamente que utilidade dar a eles mas são tão bonitos. Estou apaixonada pela delicadeza da primeira drag queen que aparece num video onde elas dublam uma música da Vera Lynn, We'll meet again, vi no instagram do Jôka, dá vontade de abraçar, bom eu ando com vontade de abraçar todo mundo, então meio que não conta mas acho que daríamos boas risadas juntas e provavelmente em algum momento ela me chamaria de mãe. É um dado de realidade, assim, um olha essa é que é a real, a vida é isso, no meio dessa devastação toda, um encontro gentil, pessoas tomando chá, ou vodka, em torno de um amor puro. vou voltar pro show do joão bosco no youtube, que ainda está rolando. dei uma lida aqui antes de publicar e acho que meu texto está parecendo o discurso do bolornaro de ontem. *suspiro*. fiquem em casa.
sábado, abril 25, 2020
terça-feira, abril 21, 2020
Café. Estava aqui naquele modo várias janelas abertas na cabeça ao mesmo tempo e entre elas ouvindo Sidarta e Bruno numa conversa no youtube, atenção seletiva e tal e daí, uma fala deles me puxou: parará parará... "o dilema entre subjugar e amar". parei tudo e coloquei a atenção só neles. Eles estavam falando a respeito do que vem por aí em termos de civilização. Que a pandemia trouxe esse dilema, que a nossa sociedade caminhou para o modelo de subjugar o outro, desde o núcleo, as famílias, até os grandes aglomerados humanos, as sociedades,e suas grandes corporações, economias, culturas e que agora se a nossa espécie quer sobreviver, vai precisar girar essa chave de subjugar para amar. Amar no sentido de criar uma sociedade mais igualitária, solidária, voltada para o bem estar coletivo, coletivo global, não vai dar pra debelar a pandemia pensando só pontualmente, a gente vai precisar agir pontualmente mas com a intenção de atuar globalmente, precisamos ter estabelecida a consciência de que somos uma coisa só como espécie e todos estamos interligados, no mesmo berço, a Terra. Esse papo que parece da galera do ajudar o povo de humanas a fazer miçanga, mas que na verdade é o modelo de consciência e dinâmica que a médio prazo tem a ver com a evolução ou extinção, em grande massa, da nossa espécie. E o virus está aí para demonstrar. O virus não ficou restrito a uma camada social preponderante ou país ou cultura, ele pegou todo mundo. O planeta. Sidarta é um otimista, e acho que posso dizer que eu também, sempre acreditei que a gente não ia evoluir tanto para chegar agora e destruir tudo. Pra mim o que vai ser destruído, o que está sendo destruído, é o modo destrutivo
:) e nesse sentido pra mim, de novo, o bolsonarismo ensina muito, porque ele agrega todas as camadas de subjugação as quais Sidarta se refere, a pulsão de morte, o ódio, a motivação perversa, ele condensa em seu movimento tudo que a gente deve deixar para trás ou melhor, tudo que existe em nós, que nos impede de evoluir para um novo patamar humano. .Como o Sidarta diz, nossos antepassados criaram tanta beleza nesse caminho da nossa existência no planeta, existe tanta beleza no mundo, a gente é capaz de tanta beleza, quando a gente se percebe consentânea com as leis da vida, quando a gente sente que tocou o coração de um outro e o nosso se abre, e a arte, todas as artes, todas as representações da emoção humana que nos leva a reconhecer a nossa humanidade também no outro. Tudo que nos eleva e transcende nos leva adiante. No fim é isso que sempre prevalece ao longo das eras: por baixo das narrativas oficiais da História, por baixo dos grandes piratas da humanidade, sempre vai existir o nós. Somos nós, que estamos aqui embaixo, que damos significado a existir, que fazemos uma rede de proteção para a humanidade. A pandemia está fazendo a gente viver o presente, o passado ja não existe mesmo, seremos outros depois de tudo isso, o futuro mais do que nunca a gente não sabe, então sejamos serenos diante da incerteza, é através dela que a gente vai criar o futuro. Dela e do sonhar. O sonhar è que vai dar a direção. Dou muita força pra vocês entrarem na vibe do Sidarta 
sábado, abril 11, 2020
ANTIDOTES TO FEAR OF DEATH
by Rebecca Elson
by Rebecca Elson
Sometimes as an antidote
To fear of death,
I eat the stars.
To fear of death,
I eat the stars.
Those nights, lying on my back,
I suck them from the quenching dark
Til they are all, all inside me,
Pepper hot and sharp.
I suck them from the quenching dark
Til they are all, all inside me,
Pepper hot and sharp.
Sometimes, instead, I stir myself
Into a universe still young,
Still warm as blood:
Into a universe still young,
Still warm as blood:
No outer space, just space,
The light of all the not yet stars
Drifting like a bright mist,
And all of us, and everything
Already there
But unconstrained by form.
The light of all the not yet stars
Drifting like a bright mist,
And all of us, and everything
Already there
But unconstrained by form.
And sometime it’s enough
To lie down here on earth
Beside our long ancestral bones:
To lie down here on earth
Beside our long ancestral bones:
To walk across the cobble fields
Of our discarded skulls,
Each like a treasure, like a chrysalis,
Thinking: whatever left these husks
Flew off on bright wings.
Of our discarded skulls,
Each like a treasure, like a chrysalis,
Thinking: whatever left these husks
Flew off on bright wings.
sábado, março 28, 2020
sonhei com vovô alfredo. eu estava sentada de olhos fechados no escuro. sentia a presença de vovô vindo na minha direção chegando bem perto e quando eu ia abrir os olhos ele dizia não minha neta, você sabe que há muito não faço mais parte desse mundo não quero assustar voce, eu ficava de olhos fechados mas eu via meu avô com os olhos da mente, vestido de médico como sempre, aquele jaleco branco reluzente, ele estava bem mais jovem como nas fotos e sem sinal do parkinson, ele dizia, está vendo essa árvore aqui, e então eu estava com ele numa densa floresta em frente uma arvore enorme de caule marrom muito escuro e na copa de folhas grandes e verdes claras, lá em cima uma cobra verde metálica enrolada no caule olhava para nós, olhava pra mim, com grandes olhos bondosos, então meu avô pegava uma machadinha pequena e tirava uma lasca do caule da arvore, me dava e dizia, pega essa madeira e mastiga. mastiga bem, eu pegava e meio que resistia porque tinha um cheiro forte, escorria uma seiva marrom dela mas ele dizia coloca na boca e mastiga, obedeci mas imediatamente quase que coloco tudo pra fora aquilo, viscoso e tinha um gosto que ardia, a medida que eu mastigava o gosto ia ficando mais forte, gosto de madeira amarga e pimenta e eucalípto, uma especie de mentol e gosto de manteiga, foi se formando um suco escuro, parecendo tabaco, difícil de engolir aquilo, no sonho eu sentia todos os gostos e cheiros, mastiga mastiga, então ele dizia, esse é o remédio para te imunizar contra essa doença. agora voce pode voltar e andar por qualquer lugar que voce não vai pegar esse virus nem o que está por vir. vc vai ajudar a curar as pessoas, essa arvore vai sempre estar aqui, venha e pegue o remédio pra quem precisar. e então ele ia desaparecendo e eu dizia vovô qual o nome da arvore, que lugar é esse que voce me trouxe, como eu volto aqui, já gritando e ele dizia a gente esta nó blblblblblbl b e eu não conseguia entender, cara que ódio, fui me tocando que era sonho, eram dois nomes e eu olhava em volta pra marcar bem a localização e só tinha aquela arvore não tinha igual, só ela no meio de tantas outras mas eu não sabia aonde era. e então eu acordava. voce imagina o tamanho da minha frustração. tentei dormir novamente, tentei forçar o sonho, tentei meditar no campo akáshico, nada. chamei por vovô, chamei por todos os médicos que conheci, pesquisei arvores no google, e nada, nenhuma pista, como eu queria que existisse essa arvore, com eu queria ter esse poder, meu desejo de curar pessoas, me faz delirar as vezes, as vezes eu mesma não dou conta do tamanho da minha onipotência
quarta-feira, março 25, 2020
terça-feira, março 24, 2020
diário. meio que me forçando a socializar no facebook. não está dando certo. eu vou lá publico qualquer bobagem, visito algumas pessoas que só vejo por lá mesmo e mais uma galera que tem informação e saio rápido. Memes. Fico procurando memes e dobro de rir. Não dá pra fazer muita coisa além. O estado emocional da quarentena é sereno embora as vezes eu tenha certas reações nonsense, como ontem que fiquei rindo meia hora quando edneide numa dessas brincadeiras de fbook perguntou qual era meu nome corona, a ultima coisa que comi mais o que eu estava sentindo e saiu esfiha maluca, exatamente. esfiha maluca. em condições normais eu nunca riria de uma bobagem dessas mas eu comecei a rir e no final eu ria de estar rindo. não conseguia parar. é a treva. faço yoga com as profs online pelo mundo. medito com muitas vertentes, vejo receitas de queijo veganos, entrevistas, programas e expos de arte e fotografia, danço, danço muito. tenho dormido bastante e sonho. ontem acordei sentindo que alguém me abraçava, uma sensação deliciosa, não me senti invadida, deve ser alguém com quem tenho ligação afetiva, tentei esticar ao máximo mas logo sumiu, mas não fiquei triste, acho que as pessoas estão mais em contato com o campo de todo mundo que ama, é uma forma de se manter sã, gente assim como eu e outros amigos que vivia abraçando e beijando e acolhendo e acarinhando todo mundo,a gente sente falta do contato humano eu também busco esse contato virtual agora, todo dia de noite antes de dormir abraço e beijo meu filho. as vezes coloco ele no meu colo e no meu sentimento ele dorme tranquilo como se tivesse dois anos de idade. agora é hora de declarar amor, amor cura, sobe o sistema imunológico, traz felicidade,, liberta, deixa a gente corada e decotada, confiante, invencível, melhor remédio é se sentir importante pra alguém. só precisa ter cuidado pra não ficar esperando declarações de afeto e amizade de gente que é só taken e nada given apesar das aparências e do discurso arrumadinho, tá bom? já tem um vírus drenando a energia da gente, abre sua energia para pessoas de brio meu bem e não moleques emocionais, gente sem respeito ou coragem que colocam voce em angústia e só te amam sob condição, jogadores. corra deles. e falando em gente que ama, generosos e solidários de verdade, Marcelo o dono do hostel aonde me hospedo em sao paulo no domingo reuniu todo mundo na sala comunicou que fechou o hostel até que passe o pico, final de abril ou maio e remanejou todo o pessoal que como eu moraria até agosto. fechou os coletivos e colocou todo mundo em quartos particulares do hostel, sem ônus. O meu é uma delícia. fica de frente pro terraço interno. Pelo menos até maio o hostel fica fechado nessas condições. Ele vai perder dinheiro mas não tá nem aí. É disso que estou falando. enquanto alguns como Marcelo, passam da inquietação à prática e resolvem uma situação em prol de todos outros ficam girando em volta do próprio umbigo. olha como eu sou bacana, olha como eu mobilizo as pessoas,olha quantos likes eu tenho e nada acontece feijoada. Marcelo, minha turma.
domingo, março 22, 2020
A gente brincava assim em itacoatiara, lembra? decada de 70
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VÍDEO: Para alegrar um pouco esses dias, um grupo de músicos produziu o Samba da Quarentena.
— Jornalistas Livres (@J_LIVRES) March 23, 2020
Cada um na sua
Todo mundo ensimesmado
Cada um no seu quadrado
Mas o samba continua!#Quarentena #CoronaVirus #Covid-19 pic.twitter.com/6RplUVhwiq
terça-feira, março 17, 2020
Intimidade. Presas com durex, luzes da noite me chamam através do escuro. Klimt. Um peixe passa rápido e azul, enquanto crianças saltam para o oceano numa alegria suspensa no tempo. O segredo da flor de ouro, a câmara clara, o labirinto humano, a dança do universo e a criança mágica, dormem sob a caixa de charão. Em porta-retratos, pessoas que já não existem, sorriem para mim, fecho os olhos para sentir suas músicas. Meu quarto está em silencio, meu lençol, meu edredon, meus travesseiros, estamos cientes da simplicidade grandiloquente de só ser, existir. e não amanheceria até que a cidade interrompesse meu silêncio de nuvens. Aproveito cada minuto desse cenário e cada um de seus relatos, docemente, meu presente, tenho plena consciência de que um dia serão só memória. Diários/2013
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