sexta-feira, novembro 28, 2008



Raízes. Um dia eu nasci e, sem mais, aquele cordão se soltou e eu desandei a
falar de amor. Não conhecia outra linguagem até então. A fala da minha
paixão não se restringe tão somente ao amor ao homem e a seus objetos,
mas a humanidade. Nunca entendi outra forma de viver e pode ser
que essa tenha sido sempre a causa de todas as minhas perdas, essa espécie
de amor geral que não se liga a nada mas a tudo e não consegue ver a
tempo os anseios secretos de quem não aceita o si mesmo e ambiciona o outro.
Hoje vi passar as quatro estações pela minha janela, do céu azul de novembro,
aos ventos de maio, a essa chuva fina de agora, de julho e agosto. Nessa
observação, subitamente, todo o meu drama se desenrolou como naquele
filme que sonhei um dia e eu entendi que minha proposta de vida não é feita
de amor como eu imaginava mas é feita da minha felicidade, essa sim é a
veia exposta que sangra sem parar. "Minha felicidade sangra", como
escrevi uma vez nas cartas á Pernambuco. Minha felicidade será meu último
gesto, minha felicidade é meu sangue. Mas minha felicidade é um rio
ancestral. Eu sou meu avô, eu sou minha avó, eu sou meu pai. Minha
felicidade sai do Recife rumo a França e a Escócia. Minha felicidade
é minha resistência, minha felicidade é o lugar onde eu existo de fato
e de direito. Minha felicidade. Minha. E, afinal aquietei meu coração e
voltei a ser o que sempre fui. A causa é que, por mais que se apropriem
do meu legado, por mais que me roubem a memória, ninguém mais,
além de mim, pode ser eu e, ninguém mais além de mim, pode viver a
minha história.

quarta-feira, novembro 26, 2008



Febre, muita febre, fiz uma amigdalite, imagina.
Quatro dias de cama e os móveis me esperando para serem, como vc
sabe, fabricados. As madeiras me olhando num canto e eu aqui
imaginando como elas ficarão como as lindas prateleiras, o lindo
movel da televisão, o lindo puff, o lindo banco, a linda estante,
a linda mesa do computador, a linda mesa de cabeceira, e por último
mas não menos importante as lindas prateleiras da cozinha. Mas no
momento não tenho forças só imaginação. Que saco. Espero que dê
tempo de aprontar tudo até o Natal.Outra. Nâo sei como vou fazer para
mostrar no blog já que as fotos da bagunça de agora, para que eu
possa mostrar o depois, estão inacessíveis, no celular,que travou
e não abre no computador nem com reza ou driver novo.

Bem que o oráculo do mês me dizia, paciência, Angela, paciência.

Paciência e caldo de galinha. E o tempo não ajuda, chove no Rio desde sexta
passada pelo que me lembro. Mas fico aqui sonhando o que ajuda na minha
recuperação. Foi bom também pq me deu tempo de pensar e mudei tudo.
Ia fazer uma casa colorida para compensar a falta de acessórios mas minha
casa vai ser básica, toda de azuis. Parei com aquela idéia de lavandas e
verdes e amarelos mediterrâneos, são cores lindas mas depois me toquei
que ia ficar cansada logo e corria o risco de fazer, no final, minha casa parecer
um cenário em vez de um lar. De volta aos básicos. Azul. Azuis. Azul no meu
quarto, azul na sala, azul pra Felipe, qualquer azul, pra mim, sempre foi uma
cor completa. E ao contrário do que dizem, blue, azul pra mim é a cor da
felicidade e 2009 penso que vamos precisar lembrar sempre da idéia de
felicidade. Felicidade e parcimônia. Então vou deixar as minhas
extravagâncias no âmbito das almofadas ou talvez da poltroninha. Melhor.
No momento vou voltar pra cama, que já estou meio tonta. e, para não perder
o hábito, aí embaixo a música que estou ouvindo agora.

terça-feira, novembro 11, 2008



Tem muita coisa acontecendo, mas nada comentável. Lugar comum - o melhor
da minha vida, meu filho está bem e feliz. Hoje acordei tão cedo que estou
voltando pra cama novamente. Dez pras cinco, espertíssima. Meus vizinhos novos
são barulhentos. Se pensar bem, todos os meus vizinhos são barulhentos. Depois
fiquei pensando se não sou eu que sou silenciosa demais. Hoje está parecendo
segunda-feira. Hoje é 11/11. Sabe a parada das 11:11 hs em 11/11, né? È hoje.
Sonhei com flores. Flores. Acordei sentindo cheiro de jasmim, um enorme tapete
de flores cobrindo todo o meu apartamento.

sábado, novembro 08, 2008



Hora do recreio.

update: são filhotinhos, uma delícia de assistir, mas eles estão
em outro fuso horário então ligam tipo depois de 11 da noite aqui.

quarta-feira, novembro 05, 2008



Legal acompanhar com quem entende, o que não é, nem remotamente,
o meu caso. GO Obama :)

Dá pra assistir aqui. Agora eu vou dormir.

terça-feira, novembro 04, 2008



Pra quando você estiver triste. Ou não.



Vou fazer um blog para acompanhar a decoração aqui em casa. Vai ser um blog
não público. Quem quiser ver, manda mail que eu aviso quando estiver no ar.
Vai ser o "Angela e o Apartamento" e vai ter começo, meio e fim.

quarta-feira, outubro 29, 2008





Robert Carter



"Os 1.640.970 do Rio de Janeiro.

CONVIDADO A DISPUTAR A PREFEITURA DO RIO pela coligação que
juntou o PV, o PSDB e o PPS, o deputado federal Fernando Gabeira
condicionou a aceitação a cinco pré-requisitos. Primeiro: a campanha
deveria ser limpa em todos os sentidos. Sem faixas nem galhardetes
pendurados em postes, sem panfletos nem outras velharias que poluem
a paisagem urbana. E sem ataques pessoais, truques eleitoreiros e
outras espertezas que poluem a paisagem eleitoral. Segundo: o programa
do candidato passaria ao largo de questões nacionais para se restringir
a propostas e idéias vinculadas aos problemas da cidade. Terceiro: tanto
as quantias arrecadadas quanto os gastos de campanha seriam divulgados
diariamente pela internet, com a especificação da origem e do
destino do dinheiro. Quarto: se chegasse ao segundo turno, a coligação
não negociaria alianças nem adesões. Quinto: alcançada a vitória, a
montagem do #secretariado não obedeceria a imposições partidárias ou
conveniências políticas. Em vez do indecoroso loteamento de cargos, o
prefeito usaria o critério do mérito para a montagem do primeiro escalão:
seriam secretários municipais os melhores e mais brilhantes. Alguns
camuflando o espanto, os líderes dos três partidos toparam. Parece
mentira, decerto pensaram. Parece mentira, concordaram os eleitores.
Segundo todas as pesquisas, Gabeira largou com menos de 5% e entrou
na reta final da campanha com índices pouco animadores. Faz sentido.
Exauridos por bandalheiras protagonizadas pelas quadrilhas de pais
da pátria, afrontados pela descoberta de que a imunidade parlamentar
virou salvo-conduto forjado para livrar da cadeia bandidos homiziados
no Congresso, os brasileiros desistiram da esperança como profissão
e decidiram que os políticos eram todos iguais. Só a duas semanas da
eleição milhares de cariocas compreenderam que havia mesmo um
candidato honesto, coerente, inventivo, preocupado não com o próprio
futuro mas com o destino da cidade humilhada pela procissão de
governantes ineptos. E cumpria o prometido: a campanha avançou sem
zonas de sombra, com pouco dinheiro, sem comitês nem papelório, sem
ofensas nem insultos. Os 839.994 votos obtidos por Gabeira no
primeiro turno escancararam duas constatações espantosas. Os três
primeiros pré-requisitos haviam sido plenamente atendidos. Mais
importante ainda, o Rio avisara ao Brasil que, apesar de tudo, a
tribo dos decentes é bem maior do que se imaginava. A passagem para
o segundo turno permitiu a Gabeira mostrar que, como estabelecera a
quarta cláusula do contrato verbal, não negociaria adesões. Até
domingo passado, o candidato foi visto ao lado de gente como Oscar
Niemeyer, Caetano Veloso ou Marina Silva. Paes submergiu em conversas
clandestinas com o porteiro do céu Marcelo Crivella, a comunista
domesticada Jandira Feghali, o estafeta petista Vladimir Palmeira
ou com os fora-da-lei do PTdoB. Na etapa final do duelo, Paes foi
amparado pela nada santa aliança que incluiu um balaio multipartidário,
o governador, o presidente da República e um pelotão de especialistas
em guerra suja. Os candidatos barrados no primeiro turno embarcaram
no iate de Paes. O resultado final demonstra que os eleitores
preferiram a onda Gabeira. Juntos, Jandira e Crivella conseguiram quase
1 milhão de votos. Entre uma rodada e outra, o crescimento de Paes não
chegou a 650 mil votos. O de Gabeira passou de 800 mil. Tudo somado,
os 1.640.970 eleitores do candidato que há três meses parecia um sonho
impossível protagonizaram o mais belo, abrangente e empolgante fenômeno
da temporada eleitoral ­ e fizeram de Gabeira uma prova de que o Brasil
decente está pronto para a resistência. Faltou platéia para comemorar
a vitória de quem será prefeito. O povo festejou nas ruas o desempenho
de quem por pouco não foi. No restante do país, ninguém se interessou
pela sorte de Paes, ninguém viu algo de novo no que dizia. Em
contrapartida, distribuídos por todos os Estados, milhões de brasileiros
juntaram-se à distância ao bom combate. Os 1.640.970 do Rio de Janeiro
transformaram o que parecia apenas uma onda num genuíno movimento
popular. O movimento já exibe dimensões impressionantes. E só começou."

Augusto Nunes

Daqui

#Pronto falei.

domingo, outubro 26, 2008

sábado, outubro 25, 2008



Hoje meu filho faz aniversário e nesse exato momento 03:09 AM
está navegando em algum ponto do Mediterrâneo saindo da Turquia
em direção a Itália, passa no mar. Sei que vai ter festa - como ele
me disse dia desses, uma das vantagens da vida á bordo é que toda
a noite é Sábado á Noite, (ok, ele disse também quetoda Manhã é
Segunda-feira, mas não vamos tratar disso agora), - mas então,
vai ter uma super festa pra ele lá do outro lado do Atlântico, não vou
estar com ele mas não tem problema, ele é um homem conquistando
lindamente seu espaço no mundo. Literalmente. Orgulho. Mas de uns
dias pra cá, talvez pela distância, eu não tenho conseguido ver esse
homem, mas o menino. Aquele que me dava mão na rua e pulava
no meu colo quando queria dormir. Tenho sentido muitas saudades do
perfume dos cachinhos de cabelo, de ouvir aquele menino dobrando risada
e, a lembrança que tem batido mais forte, é a dele se escondendo atrás de
mim quando o bicho pegava - descobri que era uma pessoa muito forte,
muito forte, através da defesa da integridade fisica e emocional dele e
parece que agora, missão cumprida, surgiu espaço para lembrar sem dor
desse momentos. Sem dor é o prêmio. Enfim só queria registrar.
Esse ano, o aniversario do Fe tem um outro significado e sabor
que até certo ponto me surpreendeu. Pra mim o significado de sobrevivente
é quem vive as tragédias - as tragédias morais também, que podem até
matar mais rapidamente do que doença física - como as que vivemos
nesses anos, e não perde o olhar prazeroso sobre a vida, a potência
afetiva, não se apequena, que em vez de recuar, fica mais forte, o
olhar ingênuo dos sobreviventes, como li uma vez num verso, aquele
que nunca perde a ternura, esse é você. Feliz aniversário, Felipe :)

sexta-feira, outubro 24, 2008



Roland Dickerson, Eric Tiettmeyer, Brett Whitfield.
Georgette Jernigan, Wanetta Malone.
Observe: OdaMae Puruka e Angila Dulemba.
Theressa Ragland, Ashlyn Stanley, Kimberely Plummer
Celinda Brinda, Meghan Woodforest (!), e, de longe,
a minha preferida: Louella Winslow.

Spamzeiros com imaginação fértil para nomes na minha caixa de entrada.



I scientists Music from stars.

quinta-feira, outubro 23, 2008



Eu ando muito espetaculosa. É a primavera, o horário de verão,
andar descalça, tomar três banhos por dia, o vento no final da
tarde entrando pela casa e a luz, a luz do sol, no cêu azul
do Rio de Janeiro. Me sentindo uma criança com brinquedo novo.



Rua da Assembléia, 17:15 hs, um calor total, como se sabe, eu andando
apressada em direção ao metrô da Uruguaiana, ainda precisando passar
nesse e naquele lugar. De repente vejo parado, na saída de um prédio
apreciando a paisagem, um homem impecavelmente vestido, com ares de um
frescor praticamente havaiano. Vestia um terno de linho branco, um
espetáculo, sapatos de cromo e acredite, chapéu de panamá e charuto
na boca, provavelmente cubano; impecável, não tive duvida, pensei,
meu deus, é Seu Zé Pilintra, no no Centro do Rio e acabou de sair
do banho. Nesse momento ele olhou em minha direção abriu um
sorriso pra mim e ouvi, sou eu! e ficou me encarando com uma
espécie de olhar assim meio maroto. Adorei mas entenda, eu só pen-sei.
Mistéeerio.



Espetáculo de artigo.

sexta-feira, outubro 10, 2008



Adoraria vender alguma coisa desse modo: Anthropologie. Que luxo.



Uma de Felipe. Vida de navio é trabalho direto e o tempo que sobra vc dá uma
fugidinha em terra pra ver qual é. Sempre dá pra conhecer um pouco. Fe já foi a
muitos lugares, incluindo, o Vaticano, a Sagrada Famiglia, o "bonde" que sobe
a cratera em Santorini, a cidade medieval em Split na Croatia. Mas foi só agora
que caiu a ficha mesmo, de que ele está numa super trip. Mesmo depois de visitar
tantos lugares maravilhosos pela Europa, só ontem eu senti a vibração total nele,
aquela que dá a dimensão do que ele está vivendo, sabe? Foi quando ele disse,
mãe 'tou em Monte Carlo, dentro daquele túnel do circuito da Formula 1, acredita?
Acredito. Sabe como é isso? Lugares que a gente vê e que não pensa, não tem pq pensar,
que vai conhecer um dia - apesar de ser F1, a gente é maniaco com a F1 por aqui.
É uma coisa pequena, é só um túnel, mas foi o click. Sabe do que eu 'tou falando?
Ele está no sonho.



Adoro esse clip.



Ontem vi que intenções de voto são 43% Gabeira 41% Paes. Vi que Vladimir
Palmeira apóia Paes. Não sei como seria um governo Gabeira mas sei como
seria um Paes. Vladimir deve ter sérias razões, tão sérias, mas não imagino
quais seriam. Sempre votei em VP mesmo quando ele não concorria. Algo
acontece. Talvez seja uma manobra contrária. Enfim, só pensando. Essas
coisas não me importam mais e, a não ser que o VP diga olha eu não apóio
o Gabeira pq ele fez isso e isso e isso - pq a gente não sabe, não é jornalista,
não sabe o que acontece nos bastidores - , continuo Gabeira, apesar de
achar que é rumo ao desconhecido, o que não é ruim. De todo modo,
como ele se comporta bem, né? Que zen.

Agora chega disso. Só estou dizendo pq declarei meu voto antes.

sábado, outubro 04, 2008