segunda-feira, outubro 17, 2005



O lado negro da força. Sério mesmo? O governo federal faz referendo para saber
se nós devemos ou não ter direito a comprar armas e gasta 600 milhões pra isso.
Que fossem 100 milhões, não se justifica. Todos os artistas, professores, politicos
que admiro profundamente, estão me dizendo de manhã, á tarde e á noite
que eu não vou estar na moda, nem vou ser bacana, legal, inteligente e nem
mais vou ser bonita se eu votar no Não. O Sim manipula, o Não mente. O Sim
está fazendo cada coisa feia á beça; a campanha do Sim me lembra muito do
José Dirceu, que se defende ardentemente e clama inocência pelo crime que sabe
que não cometeu. Esperto ele. Que ele não colocou nem um tostão no bolso a
gente já sabe, so what? Do que se trata é orquestrar desvio, roubo, atravessamento
de dinheiro de qualquer lugar, qualquer um, com a intenção de comprar poder para o
PT. Poder comprado. Que poder é esse? Pra vencer vale tudo é amigos? Até ser
pior do que foi seu agressor um dia? Parada superultraperversa, è disso que se trata.
O Não por sua vez envergonha quem quer votar no Não por que os motivos pra não
são completamente outros dos que têm sido falados. Um discurso esvaziado sei lá
em vez de motivos, alegações. O não é feio, raso, cretino. Me poupem. Nenhuma
das duas propostas parece legítima, tampouco baseadas em realidade. Quero dizer,
com o que ocorre de fato. E o que é que o governo me garante mesmo se o Sim ganhar?
Não vou nem listar aqui a quantidade de vantagens e proteções que me são prometidas.
Duvi-de-ó-dó, Chega a ser motivo de constrangimento, a sensação é de esquizofrenia.
Não se cumpre o que se promete nesse status quo, na verdade, nós pensamos em água
e o governo em balde. Quem sabe se o Não ganhando a gente não possa começar do começo
em direção ao Sim certo? Por falar nisso, referendo certo seria perguntar o que
se faz primeiro, com todo o dinheiro, todo ele, de que o governo possa dispor, assim,
Povo! Vamos investir agora urgentemente e em massa, em Educação ou Saúde? Isso sim é
referendo que preste. Referendo sobre sim ou não as armas num país de setenta
e um por cento de miseráveis? O referendo é a arma, isso sim é destruição
em massa, a miséria. Um lance está me assustando de verdade, uma surpresa completa
que espero só esteja acontecendo comigo, pois, fora do discurso da televisão,
da ética, da correção, do pela vida do Sim, aqui, nos bastidores, nos emails,
todo mundo que é do Sim e que veio falar comigo, até agora, está se mostrando
agressivo, onipotente e quase xiita, postura muito diferente das pessoas do Não que
conheço. As pessoas que optaram pelo Não, as que conheço, têm se mostrado
com uma maior disponibilidade para o debate das idéias de forma isenta,
parecem estar mais abertos ao diálogo, ao contrário do pessoal do Sim,
que têm clamado para que minha alma queime no fogo do inferno, quando
sabem da minha opção ah, nós os infiéis. Sério. Não querem nem ouvir as minhas razões
ou dúvidas em relação a minha opção. Surpreendente esse patrulhamento. Não quero
isso na minha vida. Mas independentemente dessa constatação, desde o começo, por
não conseguir perceber sentido, ou por outra, por perceber que o único sentido
declarado desse referendo soa pra mim, muito muito truncado e sem sentido, o meu
voto é pelo Nulo.

Agora eu vou voltar a programação normal do Tempo, tá? Essa polarização é uma
bobagem e esse assunto, de verdade, pra mim ja deu.

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