terça-feira, abril 08, 2003



Ás vezes, quando estou assim, trabalhando com a televisão ligada, penso no pessoal que trabalha nas
redações. A minha fantasia é que, tá lá o cara, escrevendo a sua matéria, prazo pra entregar, tendo que
escrever em duas linhas o que só caberia em quinhentas e quinhentas informações chegando ao mesmo
tempo. Eu? Ficava maluca.

Fiquei pensando que deve ser difícil pacas de se concentrar, principalmente quando chegam notícias de quem
é igual, tipo a que eu ouvi agora, a dos onze jornalistas que já morreram em 20 dias de guerra. O Pentágono
diz que lamenta a morte de jornalistas inocentes. O general americano diz que Bagdá é uma cidade perigosa
para jornalistas, por diversas razões e que ele lamenta.

Então tá. Pode deixar que até eu acredito que é por causa dos iraquianos que os jornalistas estão morrendo.
Todo mundo lamenta. Como assim lamenta? Isso é crime de guerra! Como é que os jornalistas fazem numa
situação dessas? O que eles estão atrapalhando pra serem bombardeados covardemente a gente pressente.
Então os americanos explodem o hotel onde os jornalistas têm sua base, com uma justificativa pra quem
tem o quê? 70 de QI? Menos?

Os americanos não estão mais se preocupando em oferecer, ao menos, uma desculpa que não ofenda a
nossa capacidade de discernimento. Talvez porque eles não se preocupem mais com a capacidade de
discernimento de seu próprio povo, na sua maioria, que está engolindo qualquer coisa. Junk food, junk true,
junk sorry, junk Bush.

A inferioridade moral dos americanos e sua coalisão, está se tornando tão grande quanto a sua superioridade bélica.



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