domingo, agosto 25, 2002
Tem mais.
Hoje fiquei sabendo que George morreu.
Morreu bem ele. Morreu no Canadá.
Fez uma espécie de Ice Version de Despedida em Las Vegas.
Há mais de dez anos. E só soube hoje e numa casualidade.
A última vez que vi Dodge eu tinha 18 anos.
Mas ele foi uma dessas pessoas que são definitivas na nossa vida.
Não que fosse bom. Talvez Dodge tenha colocado em mim o irônico,
a dor do mundo, aquela que a gente tem de encarar só por estar viva.
Ele me ensinou que muita gente não aguenta. Ele mesmo não segurou.
Ele me dizia coisas singelas como:
A humanidade é 80% de mentira, 18% de bobagem, restam 2% pra você trabalhar em cima.
Voce faz parte dos 2%. Vai terminar com 2% de chance de encontrar alguém que
corresponda a você nesse mundo, ou seja: uma otária sozinha. E ria. Como se
ele mesmo não fosse o mais consciente de sua solidão. O mais 2% que eu conheci.
Olha bem pra cara dele, olhando pro meu namorado.
Acorda, que amor... Ele quer te passar nos cobres.
Voce é dessas que ficam doidas pra perdoar. Como se ele mesmo não vivesse
com o coração escancarado.
Ás vezes eu chorava.
Mais o que eu me lembro mesmo dele, é do olhar. Olhar ingênuo. Olhar de sobrevivente.
Eu tinha 15 anos e a voz dele embargava quando falava em liberdade.
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