Quando morei no Rio, fui Mesária em três Eleições.
Acho que meu dever cívico já está pra lá de realizado.
Não tô reclamando não, acho só que foi falta de simancol do Estado
chamar três vezes a mesma pessoa...São milhões, se liga :))
Mas tive sorte, porque sempre foi muito divertido. Não, não sou maluca.
Eu votava e voto até hoje no Gimk, que era pertinho da minha casa e ficava de Mesária
no Glorioso Flamengo, O Clube. :) Então era tudo por ali.
Meu presidente de mesa era Eduardo, irmão do Miguel Falabela, que era um
amor de pessoa, professor renomado, além de uma figuraça contador de estórias
divertidíssimas e fã incondicional de Carole King.
Passávamos a sessão inteira cantando os grandes hits da moça, ás vezes
mais alto, ás vezes mais baixo, dependendo da disposição e do humor
do nosso querido eleitor:)) A mulher dele também trabalhava numa sessão em frente a
nossa, então o point ficava em família. A gente ria, contava caso, trabalhava sem deixar
formar filas e o tempo passava rápido. Ninguém precisava ficar fazendo cara feia para impor
respeito ás eleições. Fora que, como a gente estava em serviço, ganhava cartinha do Presidente,
para ir votar logo e não entrar na fila. Então, eu já furei fila, oficialmente. Essa vai pro meu joguinho:))
E quer saber? Era muito legal, abrir a urna lacrada, com aquelas pessoas dos partidos em volta, que
testemunhavam e observavam a contagem...Todo um ritual importante, sabe? Para uma pessoa como eu,
geração do AI-5, voto ou noção de cidadania era uma "coisa" até então surrealista.
Foi bem legal participar disso.